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quinta-feira, 25 de julho de 2013

Sobre o chamado de um escritor

    Não existe uma regra geral para saber se você foi chamado para ser escritor ou não, acho. Isso parece ser muito singular, íntimo, para todo mundo. Talvez seja com um eureka! dentro de uma banheira, assim como foi com o nosso querido Arquimedes com a sua descoberta célebre, mas não creio que seja tão simples.
     Há quem nasça, entretanto, aparentemente predestinado a seguir carreira, como a autora Samanta Holtz que faz aniversário em pleno Dia Mundial do Livro, ou talvez mesmo hoje, no dia do escritor, algum escritor que eu não conheça – ou até mesmo você, meu caro e estimado leitor – esteja apagando velinhas, porém ainda não é regra, só uma coincidência peculiar. Ser escritor vai muito além de ter boas ideias, virar best-seller ou já ter sido publicado.
    Eu sei, não sou uma expert no assunto, sou apenas uma pseudointelectual que sonha em estar nesse ramo, mas acredito que ser um escritor está mais associado a um estilo de vida do que a qualquer outra coisa. Nina Auras, uma jovem que publicou um livro aos catorze anos, quando foi indagada sobre essa façanha disse que “[...] a escrita não é algo que você domina, é algo que domina você”. Não é uma escolha, é uma necessidade.
    Adaptando um pouco o que Mario Quintana disse, “quem escreve salva um afogado”, nem que o afogado em questão seja você mesmo. Clarice Lispector escrevia desesperadamente como se para salvar alguém, que no fundo era ela própria. Escrever é isso, preencher nossas lacunas existenciais com uma intensidade de quem passa a viver através de meras vinte e sete letras. Para, no fim, se desapegar.  “A escrita não ressuscita. Ela enterra”, essa é do John Green.  É um começar e recomeçar constantes para poder seguir em frente.

    Por isso não podia deixar essa data passar batida. À cada um que se identificou, blogueiro, escritor de gaveta, dou-lhe meus afetuosos parabéns.

sábado, 9 de março de 2013

Sobre a experiência de escrever um diário

    Não sei como todo esse fascínio teve inicio, talvez as palavras de Anne Frank e Aya Kito tenham mexido comigo, não sei. Talvez porque eu goste de ficar em meu quarto à olhar a chuva e sentir o seu cheiro com lápis e papel na mão, debatendo comigo mesma, ou porque goste da solitária caminhada de desenhar letra por letra enquanto minhas emoções se mesclam e se confundem em linhas retilíneas e progressivas.
   Acontece que um velho caderno onde anotava ideias e devaneios de uma aspirante a escritora, pouco a pouco, se transformou em um diário de sentimentos. E assim descobri que me tornei a minha melhor amiga. De tão lidas, as palavras singelas, muitas vezes implícitas (por vergonha de mim mesma, confesso), foram gravadas à ferro em minha memória. Poderia, de fato, recitá-las de cor, se isso não me doesse. Há medos que na verdade não são medos, assim como há episódios aparentemente "passados", que na verdade nos arrancam lágrimas.
    Sim, escrever é doloroso. Pois escrever é como se olhar no espelho; num espelho que reflete a alma.
    Estive a dar-me forças todo este tempo. Esse pequeno caderno se tornou meu refúgio, admito. Um quarto, de paredes sólidas e solitárias, já não me deixava à sós comigo. Refletir olhando para o teto nem sempre é o suficiente, a gente reflete sobre o que quer. Mas o diário não é bloqueado, um receio se liga a um trauma, que conta uma história, que molha a folha. É uma passagem direta ao que tanto queremos ignorar.
    Escrever um diário alegra. Alivia. É ter com quem conversar sobre coisas que você não quer contar. É ter certeza de um sigilo, é conhecer a si mesmo, é poder esparramar cada emoção com toda a intensidade precisa   mesmo que ela seja exagerada. Mas, agora, só me resta ainda uma vontade do dia sete de março de dois mil e treze.
Gostaria que você falasse, às vezes.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Devoradora de Livros

    Lembro-me que, por volta do final do ano passado, eu havia ido a única livraria da minha cidade para gastar o cheque que ganhei da escola num projeto de leitura.
    Cheguei entusiasmada com a ideia de comprar o último que me faltava, um que desejava há muito, Marina, de Carlos Ruiz Záfon. Ele não havia chegado e nem chegou até hoje, por isso entretive-me à procurar outro, só queria terminar logo. Comprei O Diário de Anne Frank por impulso, não me arrependi.
    Na hora de pagar, tive de explicar sobre o cheque, já que sabia que o funcionário era novo. Na verdade, conheço todos os funcionários de tanto que vou lá. Aliás, nunca mais o vi, mas duvido que um dia esquecerei do ele disse, sorrindo, ao entender do que se tratava:
    —  Ah, a devoradora de livros!

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Tudo o que aprendi com Anne Frank

    Queridíssima Anne, você marcou a história. Não somente por ser o simbolo da luta contra o nazismo, ou ser  a autora do segundo livro mais vendido do mundo, mas por ter se aberto de peito e alma pra nos contar a sua visão de mundo num período tão triste. Isso me tornou mais sensível. Já não vejo as estatísticas de mortes na Segunda Guerra Mundial como apenas números e sim como uma perda dolorosa, porque você me ensinou que cada pessoa guarda um tesouro dentro de si, mas a maioria ignora isso. Ah, Anne! Sinto que perdi uma grande amiga no dia 4 de agosto de 1944, embora ainda não tivesse nascido.
    Seus pensamentos inspiraram, e ainda inspiram, milhões de pessoas. A sua sensibilidade nos tocou profundamente, alcançou nosso egoismo e nos sacudiu. Afinal, quantos foram capazes de pintar um retrato da humanidade assim? Mesmo não tendo se prendido a relatar as dores da guerra e sim ao seu pequeno esconderijo, ao pequeno grupo de sua convivência diária, as suas reflexões nos emocionaram.
    E que época fria! No entanto, você ainda sonhava em ser escritora, em voltar pro colégio e ser normal. Ainda tinha orgulho de ser judia e, sobretudo, acreditava na raça humana (o que é o mais tocante, visto a podridão do momento).
    Vi, também, que não importa o período, todos os adolescentes passam pelas mesmas confusões e dúvidas, o que descarta aquela famosa frase "mas mãe, a senhora não entende, eu sou jovem!". Quem diria, não é? Nunca me identifiquei tanto com uma pessoa (tínhamos até o mesmo sonho!), talvez seja por isso que esse diário me marcou tanto.
    Já tentaram provar que seus relatos não foram escritos por ti, em vão. Afinal, como uma menina de quinze anos pode ter essa visão de mundo, essas reflexões? Acho que nós duas sabemos como elas surgem, só quem escreve entende. Dizem que quem não suporta a solidão não suporta a si mesmo, já eu a chamo pra tomar chá e conversar todos os dias. Porque as emoções não têm idade, e são poucos àqueles que olham o bastante pra dentro de si a ponto de entendê-las, de achar uma explicação para cada uma delas. São poucos os que realmente param pra pensar, a maioria acha mais fácil ignorar.
    Sinto que somos idênticas neste ponto.Talvez seja por isso que você se tornou minha inspiração, a minha escritora favorita cujo diário é o meu livro predileto. E não escrevo essa carta pra ti, apesar de tudo. Escrevo para cada um que a lê neste momento, não somente para lhes sensibilizar com a história de uma menina de quinze anos que teve a vida roubada em razão do egoísmo de alguns, mas para contar sobre uma sonhadora que fez com que muitos sonhassem também.
    A humanidade agradece, Anneliese Marie Frank, por ter aberto o seu coração e por ter acreditado nas gerações que estavam por vir.
Bem, tenho de avisar que tem uma enquete na barra lateral que eu adoraria que vocês respondessem ;) E que mudei a playlist, quem lembra do meu novo vicio em músicas em francês? Não tenho culpa se esta língua é muito gostosa de se ouvir, então trouxe três feitas por brasileiros (Los Hermanos, Thiago Pethit e Tiê "juntos" e Agridoce) e duas realmente francesas (Noir Désir e Louise Attaque), todos folk e se você gosta do estilo, e de músicas nessa língua, suponho que vai gostar de pelo menos uma. Se não, avisem!

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Eternize-nos

    Ei, escreve algo pra mim? Por favor, eu gosto tanto de palavras! Pode ser um mero bilhete, com uma pequena mensagem rabiscada; um simples eu te amo, bem clichê, mas na tua letra.
    Ou, quem sabe, uma carta. Nunca recebi cartas, as pessoas não se dão mais ao trabalho. Eu não me importaria mesmo se fosse mandada pelo correio, como algo distante. Só queria ter algo escrito. Pra mim. Feito por ti.
    Sobre o quê escrever em uma carta? É bem simples, querido, sobre o que tiver vontade. Paulo Neruda escreveu uma vez que "escrever é fácil. Você começa com uma letra maiúscula e termina com um ponto final. No meio, você coloca ideias."
    Por que essa minha obsessão por palavras? Não sei explicar, acho. Tenho plena consciência de que elas não provam nada e que podem ser hipócritas. Mas palavras eternizam momentos.
    Então, me fala sobre esse sentimento recíproco? Conte-me sobre as nossas vidas e diga-me como elas se entrelaçaram. Escreva-nos, meu bem. Eternize-nos.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Sobre ser o seu melhor

    Eu sempre me senti como um peso morto, impotente e, às vezes, inútil. Acho que nunca me esforcei em nada, de fato. Já participei de várias coisas e ganhei boa parte delas, mas não sinto que dei o meu melhor.
    Isso porque tenho o azar de ser boa em tudo que me interessa. E quando não é assim, geralmente desinteresso. Quando tinha aula de violão, pegava as notas em questão de segundos e, no ano passado, quando resolvi ser uma boa aluna, daquelas que anotam até a explicação, virei uma dos "estudiosos" da sala. Se bem que não estudava direito, continuei com a mania de só me dedicar na véspera das provas, não que eu esteja reclamando da minha boa memória. Em suma, nunca senti que as coisas que fazia eram suficientes.
    Nessas férias percebi isto enquanto assistia Chihayafuru. Chihaya Ayase sonha em ser a Rainha do karuta (um jogo de cartas muito comum no Japão, em que cada carta é um poema d'Os Cem Poetas Clássicos do país que, para ser jogado, requer memória, rapidez e estratégia. Os melhores jogadores são o Mestre e a Rainha), acompanhei todo o esforço, quedas e superações dela e de todos os outros personagens com admiração e uma certa inveja.
    Foi assistindo este anime que entendi que só nos sentimos realizados ao ganhar algo, por menor que seja, quando a caminhada é repleta de problemas e perseverança. Nunca vi alguém dar valor à uma coisa que ganhou de mão beijada, um exemplo é a Rainha, que é boa demais para absolutamente todo mundo, exceto, talvez, o Mestre.Um troféu só representa uma vitória quando há uma batalha por trás dele.
    Assim decidi que quero dar o meu melhor sempre. Não importa se estou lavando louça ou estudando para o vestibular. Dar o seu melhor é imprescindível para se sentir bem consigo e com o mundo, mesmo que seja difícil e que, às vezes, dê vontade de desistir. Perseverança é a chave para superar até mesmo decepções.
Já que vocês gostaram da postagem que fiz neste estilo, uma resenha/texto, trouxe esta para "inaugurar" o ano por aqui... (Eu queria mostrar esse jogo para vocês, achei um vídeo que foi passado em um jornal, então acho que é uma disputa de Mestre e Rainha porque geralmente é transmitida em nível nacional... Veja o vídeo, está em japonês, mas dá pra ver como é jogado...)

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

O Diário de Anne Frank

Escrever um diário é uma experiência realmente estranha para alguém como eu. Não somente porque nunca escrevi antes, mas também porque acho que mais tarde ninguém se interessará, nem mesmo eu, pelos pensamentos de uma garota de treze anos. Bom, não importa. Tenho vontade de escrever, e tenho uma necessidade ainda maior de tirar todo tipo de coisa de dentro do meu peito.
O papel tem mais paciência do que as pessoas — Livro O Diário de Anne Frank.

*Quem é Anne Frank?
Era uma menina de origem judaica que morreu aos quinze anos em um campo de concentração nazista. Ela tinha o sonho de ser escritora e, durante a época que Anne e sua família estavam escondidos, escreveu um relato sobre suas intimidades e sobre o cotidiano das pessoas ao seu redor. Mais tarde, tudo que escreveu foi publicado com o titulo O Diário de Anne Frank.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Lacuna

De repente, senti uma vontade insuportável de escrever. 'Escrever sobre o quê?', perguntei-me e até agora não encontrei uma resposta plausível. Eu só quero escrever, por terapia; ou talvez porque este é um ótimo modo de conversar comigo mesma. Aliás, eu possuo esta mania — na verdade, necessidade — de dialogar comigo; de me por na parede e dizer 'por quê você está fazendo isto?' E finjo que é a minha consciência me aconselhando.
Sendo sincera, eu sempre precisei disto. Não que eu não tenha amigos com os quais possa desabafar e pedir conselhos. O problema é o Eu. Eu omito detalhes e estórias, eu não deixo que os outros me conheçam, eu não conto os problemas até tê-los resolvido, eu, eu, eu...! Daí surge esta minha estranha necessidade de me dar um puxão de orelha de vez em sempre.
Entretanto, não é o suficiente. Muitas das respostas que procuro estão, sim, dentro de mim; mas outras estão do lado de fora. E quando chego a este ponto, no limite entre os dois mundos que habito, eu escrevo. Escrevo textos demasiado pessoais, excessivamente imaginários, até mesmo sobre amores inexistentes. 
Escrevo.
Com a finalidade de preencher as lacunas da minha existência.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Palavras


Eu possuo um estranho amor por palavras, gosto de cuidar delas, embelezá-las, mas também de educá-las: fazê-las gentis e amáveis.
São como filhas para mim e, na verdade, são mesmo. Você poderá me encontrar nelas, mesmo que não esteja, pois são tão apaixonadas quanto eu mesma. Talvez, este seja o meu modo de sentir, eu respiro letras, e elas são o eco do que há em mim e, escutando-o,  chego a me compreender tão bem quanto minhas filhas.

E, mesmo quando repreendem, sua critica é poesia.

Feliz dia do escritor, meus queridos! 
Acho que este texto se encaixa bem na data, não?
De qualquer forma, espero que tenham gostado.