tag:blogger.com,1999:blog-50479853176063010222024-03-19T01:54:46.412-07:00Florescer e PalavrearSamyle S.http://www.blogger.com/profile/17614527260959402594noreply@blogger.comBlogger114125tag:blogger.com,1999:blog-5047985317606301022.post-31912711736457544502013-10-03T03:22:00.000-07:002013-10-03T03:22:38.060-07:00AVISO IMPORTANTE!<br />
<a name='more'></a><span class="null">A história é a seguinte. O email que eu uso no
blogger foi criado quando eu tinha sete anos. Era hotmail, tinha uma
senha boba. O problema é que eu o mantinha na conta que acessava o
Florescer e Palavrear. E como todos devem saber, quando você passa um
tempo sem acessar o hotmail, ele automaticamente se "desliga". A conta
do blogger estava funcionando normalmente, no entanto. Nem me importei.
Até que em um dia não tão belo assim, meu email passou a ser outro, do
nada. Eu podia entrar com o meu email antigo, mas quando ia, por
exemplo, seguir algum blog, aparacia o seguinte alemodasguspe@gmail.com.
E o google o colocou em todas as minhas contas, como o Youtube, graças a
Deus exceto a que eu uso no celular.
Até aí tudo bem, era estranho, mas deixei quieto. Só mudei a senha de
todos, caso o maldito email fosse de duas pessoas e eu não soubesse.
Achei que podia ser uma conta que tinha sido criada pelo blogger na
ausência da outra. Vale ressaltar que "gus" é uma abreviação usada no
nome da cidade que moro, Garanhuns. Que fica em PE. Eu fui idiota o
bastante para não notar como isso era estranho. E hoje eu tentei
acessar, nada. Várias vezes nada. Tentei recuperar minha senha/conta,
até usei esse email que eu já tinha me apoderado, e aí vem: confirme que
você é Alessandra. Tá, confirmei, aí me pergunta o telefone dessa
bendita e eu desabo.
Passei a mandar emails desesperados para a dona desse email. E que não
tem cara de hacker. Também fui em todos os Ale Modas que encontrei no
Facebook, mandando recados estranhos perguntando se algum era o dono
desse email. Agora estou aqui, sem saber para onde ir. Como não
excluíram Thay, só posso supor que foi alguma coisa muito louca que
aconteceu. Agora não posso fazer postagens nem aceitar comentários,
consequentemente a alma do negócio se foi.
Confesso, no entanto, que já estava meio decepcionada com o blogger pelo
fato de que alguns comentários/pessoas/seguidores só estarem lá pra
receber retribuição. Estava chateada, porém ainda não quero desistir de
postar textos, é o que mais gosto de fazer, afinal. Conheço algumas
pessoas que realmente parecem gostar do que faço, por elas que estou me
explicando. E convidando-as a ir nessa página <a class="_553k" href="http://florescerepalavrear.wordpress.com/" rel="nofollow" target="_blank">http://florescerepalavrear.wordpress.com/</a>
, onde não vou ficar nessa panelinha absurda, só vou escrever, pra mim,
por mim, e pra quem quiser ler. Óbvio que eu não queria que o blogger
acabasse assim, eu tinha planos pra cá, e nem posso aceitar seus
comentários! Mas no fundo sabia que isso ia chegar, principalmente no
dia que eu resolvi fazer uma faxina nos blogs que seguia e vi pessoas
maravilhosas que há meses/anos não postavam. Gente que percebeu que uma
hora a brincadeira acaba, você tem vestibular, faculdade, trabalho.
Futuros livros, viagens, paisagens. A vida te pede cada vez mais dela. E
por que eu não desisto de uma vez?
Porque no topo dessas metas está a escrita. Eu tinha me esquecido disso. </span>Thay Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/17681356689632849479noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5047985317606301022.post-63090337502565573532013-09-27T04:12:00.000-07:002013-09-27T04:12:36.574-07:00Como Romeu e Julieta<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://skoob.s3.amazonaws.com/livros/190056/COMO_ROMEU_E_JULIETA_1321567897P.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://skoob.s3.amazonaws.com/livros/190056/COMO_ROMEU_E_JULIETA_1321567897P.jpg" /></a></div>
Título: Como Romeu e Julieta<br />
Autora: Nina Auras<br />
Editora: Novo Século<br />
Páginas: 197<br />
<br />
<br />
<br />
Mantive muitas expectativas sobre esse livro enquanto esperava uns três meses para que chegasse na livraria. Veja bem, a autora tinha somente catorze anos ao publicá-lo, e mesmo assim já era fã da Clarice Lispector e José Saramago, tem até um trechinho de Guimarães Rosa aqui, algo que nem minha professora de redação conseguia ler nessa idade. E talvez seja exatamente esse motivo que me fez desgostar da leitura. A lição da vez, além do básico "nada de expectativas"? Bom gosto não garante nada.<br />
<blockquote class="tr_bq">
Não, era mais do que isso... eu estava animada. Triste, porém animada. Uma combinação certamente estranha e possivelmente macabra. Pág 103<br />
<a name='more'></a></blockquote>
Uma menina acaba de se mudar com a mãe para a Cracóvia, à contragosto. Porém, ao encontrar uma estante cheia de livros antigos no porão da casa, esquece-se logo da sua situação e entrega-se à leitura de um misterioso diário que encontrara ali no meio. E embarca na estória da Julia Leinster, a dona do diário, que viveu na Cracóvia durante a Segunda Guerra e que fez uma loucura que mudou para sempre a vida de toda a sua família. Ela escondeu um judeu, fugido de Auschwitz-Birkenau, no seu porão.<br />
<blockquote class="tr_bq">
Ele é uma espécie de fuga do mundo real; é uma pessoa que ninguém, além de mim (certo, e Martha), sabe que está lá, mas que está. É... quase doce e quase seguro <span style="background-color: #d9ead3; color: #444444; line-height: 18px;">—</span> essa sensação de que alguém sempre estará lá, mesmo sem saber o motivo. Pág 146 e 147.</blockquote>
Não, o livro não é ruim. Acalme-se. A escrita da Nina é bem desenvolvida apesar da idade, usando palavras mais maduras. Ela fez bem em escolher narrar em forma de diário, embora a letra em itálico tenha me incomodado a princípio, isso seria o mais plausível para a sua narração, que deu-me a ideia de ser "corrida", algo que não focava necessariamente no meio e mais nos pensamentos, como um diário é <span style="background-color: white; color: #444444; line-height: 18px;">—</span> ao menos, o meu diário. Ou talvez ele não seja nem diário, já que gosto muito mais de criar monólogos sobre assuntos aleatórios do que narrar a minha vida em si.<br />
O que me irritou profundamente foi a Julia. Imatura, não obstante aos seus dezessete anos, egoísta e totalmente sem-graça. A típica personagem sem sal que simplesmente está lá. Respirando. E esse é o grande problema, as personagens estão rasas, o que ainda se salva é Adam, o judeu, que é um pouco reservado como convém. Mas o que foi aquele final? Não, o que foi a droga de atitude da Julia no final? [momento <b>quase-spoiler</b>. Se realmente não quer ficar nem com uma pulga atrás da orelha, pule para o próximo parágrafo]É simplesmente inverossímil que uma pessoa continue com esses <i>mimimis</i> apaixonados depois do que ele fez com alguém com quem ela conviveu a vida inteira. O amor só nasce com o tempo, portanto, pelo menos na minha cabeça, você vai amar mais a <i>sua</i> família. E nenhum argumento, por mais lúcido que seja, vai mudar esse amor.<br />
Mas vamos falar de romances. Bem o que o título sugere, embora não seja uma releitura. O amor de Julia é algo forte, nasceu de não-se-sabe-onde, talvez fruto da carência, mas é plausível. Adam é reservado, não te dá a resposta se a princípio era tudo uma tentativa de agradar a sua salvadora, ou se por trás da fachada havia uma forte admiração por aquela garota que estava se arriscando para ajudá-lo. Não é um romance que de início já te conquista, vai te encantando aos poucos, a medida que o amor de ambos torna-se evidente.<br />
Essa foi a parte que mais me cativou:<br />
<blockquote class="tr_bq">
Foi aí que eu ouvi. A respiração dele, do outro lado da porta. Também estava apoiado nela e ele ofegava no mesmo ritmo nervoso que eu. Aquilo pareceu tão errado. Eu de um lado e ele de outro. Separados por uma porta, respirações sincronizadas, pensando um no outro [...] Pág 153</blockquote>
Mas um aviso. Não leia esperando alguma estória que realmente fala sobre o nazismo. Isso é pano de fundo aqui, nem Julia parecia estar tão preocupada com o seu segredo. Não posso culpá-la, a sua vida estava caótica. Todavia, a autora teve todo um cuidado colocando uma breve explicação sobre o campo de concentração e o papel da cidade nesse período antes de começar a sua narrativa. E a editora também, a contra-capa bem simples me fez, toda vez que parava um pouco a leitura, ficar admirando-a.<br />
E, por favor, não se assustem com a parte negativa. Quando algo me irrita eu realmente surto. Não é tão ruim quanto parece.<br />
<blockquote class="tr_bq">
Então me desdobra, me lê, me decifra. Fica mais fácil com o tempo <span style="background-color: #d9ead3; color: #444444; line-height: 18px;">—</span> respondi. Pág 147.</blockquote>
<br />
<div style="text-align: right;">
XOXO,</div>
<div style="text-align: right;">
Samyle S.</div>
</div>
Samyle S.http://www.blogger.com/profile/17614527260959402594noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-5047985317606301022.post-44148864224477195572013-09-25T07:21:00.000-07:002013-09-25T18:41:21.674-07:00Me chamem de velha<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="materia-assinatura-letra" style="color: #333333; line-height: 23px;">
<div class="materia-assinatura">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://data3.whicdn.com/images/72621936/large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="263" src="http://data3.whicdn.com/images/72621936/large.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="vcard author" style="margin-bottom: 12px; padding: 0px;">
<span style="font-family: inherit;"> Na semana passada, sugeri a uma pessoa próxima que trocasse a palavra “idosas” por “velhas” em um texto. E fui informada de que era impossível, porque as pessoas sobre as quais ela escrevia se recusavam a ser chamadas de “velhas”: só aceitavam ser “idosas”. Pensei: “roubaram a velhice”. As palavras escolhidas – e mais ainda as que escapam – dizem muito, como Freud já nos alertou há mais de um século. Se testemunhamos uma epidemia de cirurgias plásticas na tentativa da juventude para sempre (até a morte), é óbvio esperar que a língua seja atingida pela mesma ânsia. Acho que “idoso” é uma palavra “fotoshopada” – ou talvez um lifting completo na palavra “velho”. E saio aqui em defesa do “velho” – a palavra e o ser/estar de um tempo que, se tivermos sorte, chegará para todos.</span></div>
</div>
</div>
<div class="materia-conteudo entry-content cda-materia" style="color: #333333; line-height: 23px;">
<div style="margin-bottom: 12px; padding: 0px;">
<span style="font-family: inherit;"> Desde que a juventude virou não mais uma fase da vida, mas uma vida inteira, temos convivido com essas tentativas de tungar a velhice também no idioma. Vale tudo. Asilo virou casa de repouso, como se isso mudasse o significado do que é estar apartado do mundo. Velhice virou terceira idade e, a pior de todas, “melhor idade”. Tenho anunciado a amigos e familiares que, se alguém me disser, em um futuro não tão distante, que estou na “melhor idade”, vou romper meu pacto pessoal de não violência. O mesmo vale para o primeiro que ousar falar comigo no diminutivo, como se eu tivesse voltado a ser criança. Insuportável.</span></div>
<div style="margin-bottom: 12px; padding: 0px;">
<span style="font-family: inherit;"> A velhice é o que é. É o que é para cada um, mas é o que é para todos, também. Ser velho é estar perto da morte. E essa é uma experiência dura, duríssima até, mas também profunda. Negá-la é não só inútil como uma escolha que nos rouba alguma coisa de vital. Semanas atrás, em um programa de TV, o entrevistador me perguntou sobre a morte. E eu disse que queria viver a minha morte. Ele talvez não tenha entendido, porque afirmou: “Você não quer morrer”. E eu insisti na resposta: “Eu quero viver a minha morte”.</span></div>
<div style="margin-bottom: 12px; padding: 0px;">
<span style="font-family: inherit;"> Na adolescência, eu acalentava a sincera esperança de que algum vampiro achasse o meu pescoço interessante o suficiente para me garantir a imortalidade. Mas acabei aceitando que vampiros não existem, embora circulem muitos chupadores de sangue por aí. Isso só para dizer que é claro que, se pudesse escolher, eu não morreria. Mas essa é uma obviedade que não nos leva a lugar algum. Que ninguém quer morrer, todo mundo sabe. Mas negar o inevitável serve apenas para engordar o nosso medo sem que aprendamos nada que valha a pena.</span></div>
<div style="margin-bottom: 12px; padding: 0px;">
<span style="font-family: inherit;"> A morte tem sido roubada de nós. E tenho tomado providências para que a minha não seja apartada de mim. A vida é incontrolável e posso morrer de repente. Mas há uma chance razoável de que eu morra numa cama e, nesse caso, tudo o que eu espero da medicina é que amenize a minha dor. Cada um sabe do tamanho de sua tragédia, então esse é apenas o meu querer, sem a pretensão de que a minha escolha seja melhor que a dos outros. Mas eu gostaria de estar consciente, sem dor e sem tubos, porque o morrer será minha última experiência vivida. Acharia frustrante perder esse derradeiro conhecimento sobre a existência humana. Minha última chance de ser curiosa.</span></div>
<div style="margin-bottom: 12px; padding: 0px;">
<span style="font-family: inherit;"> Há uma bela expressão que precisamos resgatar, cujo autor não consegui localizar: “A morte não é o contrário da vida. A morte é o contrário do nascimento. A vida não tem contrários”. A vida, portanto, inclui a morte. Por que falo da morte aqui nesse texto? Porque a mesma lógica que nos roubou a morte sequestrou a velhice. A velhice nos lembra da proximidade do fim, portanto acharam por bem eliminá-la. Numa sociedade em que a juventude é não uma fase da vida, mas um valor, envelhecer é perder valor. Os eufemismos são a expressão dessa desvalorização na linguagem.</span></div>
<div style="margin-bottom: 12px; padding: 0px;">
<span style="font-family: inherit;"> Não, eu não sou velho. Sou idoso. Não, eu não moro num asilo. Mas numa casa de repouso. Não, eu não estou na velhice. Faço parte da melhor idade. Tenho muito medo dos eufemismos, porque eles soam bem intencionados. São os bonitinhos mas ordinários da língua. O que fazem é arrancar o conteúdo das letras que expressam a nossa vida. Justo quando as pessoas têm mais experiências e mais o que dizer, a sociedade tenta confiná-las e esvaziá-las também no idioma.</span></div>
<div style="margin-bottom: 12px; padding: 0px;">
<span style="font-family: inherit;"> Chamar de idoso aquele que viveu mais é arrancar seus dentes na linguagem. Velho é uma palavra com caninos afiados – idoso é uma palavra banguela. Velho é letra forte. Idoso é fisicamente débil, palavra que diz de um corpo, não de um espírito. Idoso fala de uma condição efêmera, velho reivindica memória acumulada. Idoso pode ser apenas “ido”, aquele que já foi. Velho é – e está. Alguém vê um Boris Schnaiderman, uma Fernanda Montenegro e até um Fernando Henrique Cardoso como idosos? Ou um Clint Eastwood? Não. Eles são velhos.</span></div>
<div style="margin-bottom: 12px; padding: 0px;">
<span style="font-family: inherit;"> Idoso e palavras afins representam a domesticação da velhice pela língua, a domesticação que já se dá no lugar destinado a eles numa sociedade em que, como disse alguém, “nasce-se adolescente e morre-se adolescente”, mesmo que com 90 anos. Idosos são incômodos porque usam fraldas ou precisam de ajuda para andar. Velhos incomodam com suas ideias, mesmo que usem fraldas e precisem de ajuda para andar. Acredita-se que idosos necessitam de recreacionistas. Acredito que velhos desejam as recreacionistas. Idosos morrem de desistência, velhos morrem porque não desistiram de viver.</span></div>
<div style="margin-bottom: 12px; padding: 0px;">
<span style="font-family: inherit;"> Basta evocar a literatura para perceber a diferença. Alguém leria um livro chamado “O idoso e o mar”? Não. Como idoso o pescador não lutaria com aquele peixe. Imagine então essa obra-prima de Guimarães Rosa, do conto “Fita Verde no Cabelo”, submetida ao termo “idoso”: “Havia uma aldeia em algum lugar, nem maior nem menor, com velhos e velhas que velhavam...”.</span></div>
<div style="margin-bottom: 12px; padding: 0px;">
<span style="font-family: inherit;"> Velho é uma conquista. Idoso é uma rendição.</span></div>
<div style="margin-bottom: 12px; padding: 0px;">
<span style="font-family: inherit;"> Como em 2012 passei a estar mais perto dos 50 do que dos 40, já começo a ouvir sobre mim mesma um outro tipo de bobagem. O tal do “espírito jovem”. Envelhecer não é fácil. Longe disso. Ainda estou me acostumando a ser chamada de senhora sem olhar para os lados para descobrir com quem estão falando. Mas se existe algo bom em envelhecer, como já disse em uma coluna anterior, é o “espírito velho”. Esse é grande.</span></div>
<div style="margin-bottom: 12px; padding: 0px;">
<span style="font-family: inherit;"> Vem com toda a trajetória e é cumulativo. Sei muito mais do que sabia antes, o que significa que sei muito menos do que achava que sabia aos 20 e aos 30. Sou consciente de que tudo – fama ou fracasso – é efêmero. Me apavoro bem menos. Não embarco em qualquer papinho mole. Me estatelei de cara no chão um número de vezes suficiente para saber que acabo me levantando. Tento conviver bem com as minhas marcas. Conheço cada vez mais os meus limites e tenho me batido para aceitá-los. Continua doendo bastante, mas consigo lidar melhor com as minhas perdas. Troco com mais frequência o drama pelo humor nos comezinhos do cotidiano. Mantenho as memórias que me importam e jogo os entulhos fora. Torço para que as pessoas que amo envelheçam porque elas ficam menos vaidosas e mais divertidas. E espero que tenha tempo para envelhecer muito mais o meu espírito, porque ainda sofro à toa e tenho umas cracas grudadas à minha alma das quais preciso me livrar porque não me pertencem. Espero chegar aos 80 mais interessante, intensa e engraçada do que sou hoje.</span></div>
<div style="margin-bottom: 12px; padding: 0px;">
<span style="font-family: inherit;"> Envelhecer o espírito é engrandecê-lo. Alargá-lo com experiências. Apalpar o tamanho cada vez maior do que não sabemos. Só somos sábios na juventude. Como disse Oscar Wilde, “não sou jovem o suficiente para saber tudo”. Na velhice havemos de ser ignorantes, fascinados pelas dimensões cada vez mais superlativas do que desconhecemos e queremos buscar. É essa a conquista. Espírito jovem? Nem tentem.</span></div>
<div style="margin-bottom: 12px; padding: 0px;">
<span style="font-family: inherit;"> Acho que devíamos nos rebelar. E não permitir que nos roubem nem a velhice nem a morte, não deixar que nos reduzam a palavras bobas, à cosmética da linguagem. Nem consentir que calem o que temos a dizer e a viver nessa fase da vida que, se não chegou, ainda chegará. Pode parecer uma besteira, mas eu cometo minha pequena subversão jamais escrevendo a palavra “idoso”, “terceira idade” e afins. Exceto, claro, se for para arrancar seus laços de fita e revelar sua indigência.</span></div>
<div style="margin-bottom: 12px; padding: 0px;">
<span style="font-family: inherit;"> Quando chegar a minha hora, por favor, me chamem de velha. Me sentirei honrada com o reconhecimento da minha força. Sei que estou envelhecendo, testemunho essa passagem no meu corpo e, para o futuro, espero contar com um espírito cada vez mais velho para ter a coragem de encerrar minha travessia com a graça de um espanto.</span></div>
<div style="margin-bottom: 12px; padding: 0px; text-align: center;">
<span style="background-color: white; color: #444444; font-family: 'Helvetica Neue', HelveticaNeue, Helvetica, Arial, sans-serif; line-height: 19px;">— Eliane Brum</span></div>
<div style="margin-bottom: 12px; padding: 0px; text-align: center;">
<span style="background-color: white; color: #444444; font-family: 'Helvetica Neue', HelveticaNeue, Helvetica, Arial, sans-serif; line-height: 19px;">[texto presente no livro <a href="http://florescerepalavrear.blogspot.com.br/2013/07/as-pessoas-quebram-eliane-brum-escreveu.html">A menina quebrada</a>]</span></div>
</div>
</div>
Samyle S.http://www.blogger.com/profile/17614527260959402594noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5047985317606301022.post-14751845741509016252013-09-20T06:18:00.000-07:002013-09-23T13:08:59.356-07:00E se a vida tropeçasse no destino?<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZbzBv56EuIRLqxKx-iNuL24i-K8O-6P3xBHhcym8oS-JSDB17rO_rIBpZJ3Bwfyyf0oHo5EBqGao2F_smyVEyJRSmk1DXdkya2ANkuAwpX-tFVgoul5ZrXN9EpwH3oS87ae8mWEjK933T/s1600/teus-olhos-meus.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZbzBv56EuIRLqxKx-iNuL24i-K8O-6P3xBHhcym8oS-JSDB17rO_rIBpZJ3Bwfyyf0oHo5EBqGao2F_smyVEyJRSmk1DXdkya2ANkuAwpX-tFVgoul5ZrXN9EpwH3oS87ae8mWEjK933T/s320/teus-olhos-meus.jpg" width="213" /></a><span style="text-align: justify;"></span></div>
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Gil é um jovem de 20 anos que vive somente de música, cigarro, poesia e álcool. Órfão, foi criado pela tia Leila e o marido. Questionador, não contentava-se com o que via. Queria respostas. O seu eu era um mistério. O mundo era um mistério.</div>
<br />
<blockquote class="tr_bq">
<span style="line-height: 19px;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;"><span style="background-color: #d9ead3; color: #444444;">"</span></span></span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small; line-height: 19px;">Toda noite eu escuto um puta chiado no coração. Eu sei que é o som da chacina de tudo que se atreveu a habitar o meu peito nesse dia. Toda manhã, quando eu acordo, varias coisas novas nascem no meu ser. E eu sinto aqui dentro, uma confusa reciclagem, uma mistura de saudade do que eu fui ontem, com uma curiosidade do que eu sou hoje se esfregando na angustia do que eu me tornarei amanhã."</span></blockquote>
<a name='more'></a><br />
Em uma das costumeiras noites em que o rapaz discute com o tio César, resolve sair de casa para esfriar a cabeça. Com apenas um violão, papel e caneta em mãos ele para numa espécie de bar em frente a praia. Ali, o som do mar ao fundo, começa a compor. É quando encontra Otávio, um produtor que acabara de ter uma briga feia com o companheiro. Juntos, tem uma noite que envolve música boa, álcool, mergulhos e diálogos intensos na praia.<br />
<br />
<blockquote class="tr_bq">
"- Cara, é bom te escutar, sabia? Finalmente alguém que...Porra! Tu sabe... Finalmente alguém que não faz com que eu me sinta sozinho.<br />
- Tu ta sozinho, Gil.<br />
- Não, hoje não!<br />
- Gil, os outros vão e vem na nossa vida. Assim como as ondas vão e vem por esse mar. Elas vem e se desfazem assim como as pessoas que somem da nossa vida. Mas o mar, quanto mais profundo você for mais solitário, mais quieto, mais silencioso ele tá. Tem que ser imenso pra saber ser só."</blockquote>
É quando Gil descobre, na prática, que aquele homem mudaria seu destino para sempre. Suas escolhas o levariam a caminhos que nunca imaginou seguir...<br />
<blockquote class="tr_bq">
"É muito esquisito você encontrar felicidade justamente no lugar que você jurou que não iria". </blockquote>
Sua paz, sua procurada paz estava bem a frente.<br />
<blockquote class="tr_bq">
"É tão difícil você encontrar paz no peito de alguém e se sentir bem. Sinceramente, não me importa se é um peito de um homem, uma mulher ou da solidão." </blockquote>
<br />
<br />
<br />
Tão poético e intenso quanto posso descrever! Teus Olhos Meus é uma produção independente. Caio Sóh(diretor, produtor e roteirista) fez o filme com a ajuda de alguns amigos que aceitaram fazê-lo sem receber nada em troca. Uma obra que fala sobre o caos de quem almeja se encontrar, sobre amor, amargura, sobre descobertas, sobre mim, sobre você e um destino cruel. Pura arte, devo acrescentar. Não posso dizer que me surpreendi quando notei o envolvimento de Otávio e Gil prosseguindo, mas provavelmente é um choque para a maioria. Na verdade, o que me chocou foram os dois últimos minutos da trama. Senhor, como aquilo me doeu! rsrs Sabe uma coisa linda? As filmagens de Otávio junto do primeiro amor. Otávio e a moça, Gil e Otávio. Ambos tão diferentes e, no fim, tão iguais. Confesso que há dias o vi e ainda não me "recuperei". O ser sonhador, a busca por respostas, as inocentes descobertas, o ser pequeno demais e querer tudo ou nada, crises existenciais, um misto de sentimentos, dúvidas, ideias, paranoias, confusões... Características do Gil tão minhas, tão tuas, tão de todos nós.<br />
<i> Thay Oliveira</i><br />
Aqui está o trailer:<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/0uJ0qRkm5UU?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="background-color: white; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: justify;"><br /></span></div>
</div>
Thay Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/17681356689632849479noreply@blogger.com12tag:blogger.com,1999:blog-5047985317606301022.post-57398281138598462202013-09-16T05:38:00.000-07:002013-09-16T06:15:18.813-07:00Livros de aventuras fantásticas - Parte I<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://farm9.staticflickr.com/8206/8210176314_dd076b93e5_z.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="http://farm9.staticflickr.com/8206/8210176314_dd076b93e5_z.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-size: x-small;">(imagem de <a href="http://www.mundodapoli.com/">Karla Shimene</a>, retirada do blog <a href="http://melinasouza.com/2012/11/23/click-do-leitor-livros-2/">A Series of Serendipity</a>)</span></div>
Estive pensando: geralmente não leio livros de aventura/fantasia/sobrenatural, não é um gênero que me agrade tanto, muito menos que trago para vocês. Então, pensei em indicar alguns nacionais com estórias, no mínimo, interessantes. Isto porque sei que há muitas pessoas que amam o gênero, e não os culpo, tais livros são fascinantes, isso é inegável. Como ficou grande eu dividi em duas partes, sendo que a segunda trará obras mais para o público feminino, ou seja, romance garantido!<br />
<a name='more'></a><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<a href="http://skoob.s3.amazonaws.com/livros/220390/O_CIRCULO_DE_PEDRA_1329482132P.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="http://skoob.s3.amazonaws.com/livros/220390/O_CIRCULO_DE_PEDRA_1329482132P.jpg" width="140" /></a><br />
<blockquote class="tr_bq">
<b><a href="http://www.skoob.com.br/livro/220390-o-circulo-de-pedra">O Circulo de Pedra</a> - Ricardo Costa:</b><span style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: #d9ead3;">O que você faria se tivesse que guardar o maior segredo de todos os tempos e nunca... nunca pudesse revelá-lo a mais ninguém? E se tivesse que conviver com um segredo tão incrível que mudaria sua vida para sempre? Cinco jovens estudantes descobrem um segredo guardado por quatrocentos anos que os fará viver a maior aventura de suas vidas. Eles serão levados a descobrir coisas inacreditáveis nessa fantástica jornada, desafiando constantemente suas habilidades, inteligência e coragem. E quanto a você, seria capaz de guardar o maior segredo de todos os tempos?</span><span style="background-color: white;"> </span></span></span></blockquote>
Foi amor à primeira vista com essa capa de Cira e o Velho...<br />
<a href="http://skoob.s3.amazonaws.com/livros/116115/CIRA_E_O_VELHO_1315657992P.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="http://skoob.s3.amazonaws.com/livros/116115/CIRA_E_O_VELHO_1315657992P.jpg" width="138" /></a><br />
<blockquote class="tr_bq">
<b><a href="http://www.skoob.com.br/livro/116115">Cira e o Velho</a> - Walter Tierno</b>: <span style="background-color: #d9ead3; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Cira, linda guerreira e bruxa, descende da antiga linhagem das sereias. Sobre o ombro esquerdo, carrega o feroz crânio de seu pai, Cobra Norato. No seu coração, traz o desejo de vingança contra o sertanista Domingos Jorge Velho, assassino de sua mãe. Na colorida paisagem de um surpreendente Brasil Colônia, Cira encontra criaturas fantásticas como os reis animais, o guardião dos pés virados, os mboitatás e a irmã de seu pai, a terrível Maria Caninana. Mas a maior batalha de Cira terá como cenário o grande Quilombo dos Palmares, quando enfrentará, finalmente, o seu grande inimigo: o Velho. Cira e o Velho, inspirado no Brasil do século XVII, é uma aventura cheia de ação, humor e surpresas, que mostra a história e o folclore brasileiros como você nunca viu!</span></span></blockquote>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://skoob.s3.amazonaws.com/livros/342769/DEMONIOS_NO_CHORAM_1378345770P.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="http://skoob.s3.amazonaws.com/livros/342769/DEMONIOS_NO_CHORAM_1378345770P.jpg" width="149" /></a></div>
<br />
<blockquote class="tr_bq">
<a href="http://www.skoob.com.br/livro/342769-demonios-no-choram">Demônios não choram</a> - <b>Samuel Cardeal</b>: <span style="background-color: #d9ead3; font-family: inherit;"><span style="text-align: justify;">O ano é 2184, a tecnologia avançou de forma veloz e assustadora. A sede do homem pelo “progresso” fez se exaurir grande parte das reservas naturais do planeta. Diante da escassez geral de alimentos e fontes de energia, a terceira grande guerra foi inevitável. Depois de um confronto sangrento de violência irracional e desenfreada, a guerra acabou, e o resultado: todos foram derrotados. O mundo que conhecemos hoje foi reduzido a destroços de uma civilização que não mais existe. Mais de 90% da população foi dizimada. Diante da fragilidade dos sobreviventes, as criaturas que antes viviam nas trevas, escondidas e agindo enquanto todos dormiam, fizeram do planeta destruído seu domínio. Os humanos, aterrorizados, passaram a se esconder em abrigos subterrâneos e em velhas galerias de esgotos. É nesse cenário caótico que Ezequiel, um caçador de demônios, viverá a jornada que mudara totalmente o rumo de sua vida e da de muitos outros. Um cavaleiro solitário que vaga pelas terras devastadas, caçando e eliminando os Filhos do Inferno. Mas Ezequiel não tem esperança de um futuro melhor, persegue os infernais somente por ser a única coisa que sabe fazer. Quando o caçador, após um exorcismo, se vê obrigado a levar consigo a menina que salvou, uma onda de acontecimentos o conduz à derradeira aventura que culminará no embate final entre a Terra e o Inferno. Somente um será o vencedor, e o destino do que resta da humanidade depende da coragem de Ezequiel e dos aliados que se juntarão a ele nesta incrível e perigosa jornada. Se falharem, Terra e Inferno passaram a ser um só mundo, de eterno castigo para todas as almas humanas.</span><span style="text-align: justify;"> </span></span></blockquote>
<a href="http://skoob.s3.amazonaws.com/livros/279984/CISNE__LIVRO_1__1352678609P.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="http://skoob.s3.amazonaws.com/livros/279984/CISNE__LIVRO_1__1352678609P.jpg" width="141" /></a><br />
<blockquote class="tr_bq">
<b><a href="http://www.skoob.com.br/livro/279984">Cisne</a>, série Uma geração. Todas as decisões. - Eleonor Hertzog:</b> <span style="background-color: #d9ead3; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Ninguém sabe exatamente quais são os critérios de seleção da Escola Avançada de Champ-Bleux, mas não há como discutir sua eficácia. Seus exames de ingresso não erram nunca! Entre milhares de candidatos de todos os pontos da Terra, apenas duzentos e cinquenta são escolhidos a cada semestre. E, num mundo onde ser cientista é o maior status que alguém pode desejar, a Escola Avançada de Champ-Bleux forma aqueles que são disputados a peso de ouro. Doris e Henry Melbourne são cientistas formados por Champ-Bleux. Aparentemente, são biólogos marinhos. Aparentemente, suas vidas se centram no Cisne, barco de pesquisas onde moram com os filhos. E, também aparentemente, são terráqueos... Seus filhos acreditam em todas essas aparências – ao menos por enquanto. Seguindo os passos dos pais, os jovens Melbourne fizeram os exames de ingresso para Champ-Bleux. Enquanto, cheios de expectativa, aguardam os resultados para saber se ao menos um deles entrou na Escola Avançada, veem-se envolvidos numa questão diplomática entre Terra e Tarilian, o único outro mundo habitado que os terráqueos conhecem. Inesperadamente, o futuro das relações entre os dois mundos vai ser decidido em um barco no meio do oceano! Mal sabem eles que isso é apenas o começo... Logo precisarão decidir pela Terra inteira!</span></span></blockquote>
Ufa! São esses e, apesar do post estar meio grandinho, espero que tenham gostado! Qual você gostou mais? Já leu algum?<br />
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XOXO</div>
<div style="text-align: right;">
Samyle S.</div>
</div>
Samyle S.http://www.blogger.com/profile/17614527260959402594noreply@blogger.com19tag:blogger.com,1999:blog-5047985317606301022.post-68537035822356841832013-09-12T05:10:00.000-07:002013-09-12T06:09:37.813-07:00A flor<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Ele tossiu ao dar a primeira tragada. Curvou-se sobre si, dramatizando a sua própria humilhação. Droga, pensou, não sirvo nem pra fumar. E atirou ao chão aquele objeto que tanto arquitetara para furtar. Imaginou, outrora, vê-la saindo de um lugar qualquer, a cara emburrada, o peito pesando uma tonelada, a descoberta de um engano em mente. Terrível engano. E a primeira coisa que seus doces olhos focariam seria ele. Indiferente. Distante. Inalcançável. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Mas ela saiu da lojinha de quinquilharias com um sorriso. E ele nem cigarro tinha pra fazer pose. Fez um rodopio para seu espectador, seu vestido listrado brincando de bailarina. Rindo-se às gargalhadas por se dar ao direito de ser criança apesar de grande, só não tão grande assim. Seus olhos o encontraram, deu-lhe seu aceno teatral. Tudo o que ele já conhecia tão bem. Os dentes um tanto afastados não a intimidavam, era feliz sem importar-se com aparelhos. E no rosto sempre alguma pequena espinha vermelha marcando presença, nada que a fizesse esconder-se detrás d’alguma maquiagem, nada de esconder-se detrás de alguma máscara. Era tão absurdamente ela. E isso a fazia ser tão intrinsecamente nele.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Veja bem, não dele.</div>
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O dono dos seus sorrisos e rodopios estava logo ali. Embora não merecesse. Comprara uma caixinha de joias barata, com desenhos de copos-de-leite. Não sabia nem a sua flor favorita, porém a ganhara com uma flor. E ela se achega ao outro, pendendo levemente a cabeça para o lado, como se para captá-lo melhor. Nenhum sentimento de culpa, nada de descobertas revolucionárias, apenas ele, ela e o outro. Apenas frustração separada por paixão e paixão. Afastando-se a passos lentos, para importuná-lo ainda mais. Maldito vento, também, carregando-lhe a risada. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Carregando-lhe fragmentos de sua voz, inocentes exclamações. A flor, minha flor, a flor do outro. Já adquirira um significado tão intimo para ambos, embora fosse tão mais dele. Ele, que a observara primeiro, esquadrinhara-a com tanto afinco. Lutara para ser seu grande amigo, o único digno de ter visto a lágrima teimosa escorrer brevemente. Em cuja pele desenhava por diversão. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Agora, no entanto, ia na direção oposta, pisando num cigarro inútil. Tentando se encontrar sem vê-la dentro dele, tão mesclados estavam ambos. Torcendo para que o outro não se habitue a vivacidade que tanto o fascinava, torcendo para que ela nunca parasse de sorrir. Seguindo o caminho tanto antes retratado, mas que nunca pareceu ser dele. Absorto na pergunta cuja resposta não queria ouvir. Porque as pessoas só veem o que querem ver.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<i>Minha flor serviu pra que você achasse alguém, um outro alguém</i></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<i>Que me tomou o seu amor</i></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<i>E eu fiz de tudo pra você perceber</i></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<i>Que era eu</i></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<b>Los Hermanos</b></div>
</div>
Samyle S.http://www.blogger.com/profile/17614527260959402594noreply@blogger.com23tag:blogger.com,1999:blog-5047985317606301022.post-58579634633104607252013-09-09T07:06:00.002-07:002013-09-19T09:53:38.308-07:00Reflections Of A Skyline<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCsZ59tO8wlb5CDDr52WTzOziMjaxkRlvhZzIpnH0T8kVdX145ZRpx-v6c9qpKE77y-2loBfyhFo5_Z4S3xx1Npar7xg6lvcE0LUEHxfOXmloujQ4uQbTOtmbUrmHwDhF0oMvF-2_Dah2W/s1600/download.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: justify;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCsZ59tO8wlb5CDDr52WTzOziMjaxkRlvhZzIpnH0T8kVdX145ZRpx-v6c9qpKE77y-2loBfyhFo5_Z4S3xx1Npar7xg6lvcE0LUEHxfOXmloujQ4uQbTOtmbUrmHwDhF0oMvF-2_Dah2W/s1600/download.jpg" /></a><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; text-align: left;"></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; text-align: left;"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; text-align: left;"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; text-align: left;"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; text-align: left;"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; text-align: left;"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; text-align: left;"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; text-align: left;"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;">Reflections Of A Skyline é um curta de apenas seis minutos baseado em um trecho da peça Crave, da escritora e dramaturga inglesa, Sarah Kane. Suas produções, nada menos que intensas, foram apreciadas tarde demais. Para os críticos da época, suas obras e</span>ram "repugnantes, obscenas e depressivas". Aos 28 anos, depois de críticas severas e o sentimento de fracasso, Sarah cometeu suicídio. Hoje, é considerada uma das maiores dramaturgas britânicas do fim do século XX.</span><br />
<a name='more'></a></div>
<br />
Gravado em apenas um dia no telhado de um apartamento em Londres, os atores, <span style="background-color: white; font-size: 15px; line-height: 21px;"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;">Christopher Dunlop e Fiona Pearce representam de forma simples e honesta aquilo que todos conhecemos ou ansiamos conhecer bem: o amor.</span></span><br />
<blockquote class="tr_bq">
“Olhar suas fotos e querer ter te conhecido desde sempre.
Ouvir sua voz no meu ouvido. Sentir sua pele na minha pele”.</blockquote>
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 15px; line-height: 21px;"> </span></span> A trilha sonora leve, envolvente, doce, melancólica te proporciona um misto de sensações. O tom de voz algumas vezes baixo, outras não, te faz oscilar entre "Oh Deus, que amor" e "Como assim? Af". O cenário, as expressões faciais e as vestimentas contribuem para que tudo pareça natural, real. Talvez seja mesmo. Já assisti umas "trocentas" vezes e emocionei-me de forma única em cada uma delas. Intenso, intenso, intenso.<br />
<b><i> Thay Oliveira</i></b><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/xF8DIMLZUCI?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<br /></div>
Thay Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/17681356689632849479noreply@blogger.com11tag:blogger.com,1999:blog-5047985317606301022.post-45666780645090600392013-09-07T03:37:00.000-07:002013-09-07T03:37:26.118-07:00A vida que ninguém vê<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://skoob.s3.amazonaws.com/livros/12618/A_VIDA_QUE_NINGUEM_VE_1233803460P.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://skoob.s3.amazonaws.com/livros/12618/A_VIDA_QUE_NINGUEM_VE_1233803460P.jpg" /></a></div>
Título: A vida que Ninguém vê<br />
Autora: Eliane Brum<br />
Editora: Arquipélago Editorial<br />
Páginas: 205<br />
<br />
Antes de tudo, devo dizer que esse livro é jornalistico.<br />
Porém, ao contrário do que nos habituamos a ver, como a catástrofe de Santa Maria, o terrorismo de 11 de setembro e a guerra na Síria, ele fala de pessoas que você provavelmente não conhece, como o menino do morro que já não pode andar, o carregador de malas do aeroporto que nunca voou, um homem que guardava <strike>o lixo</strike> a história de toda uma cidade e um macaco que fugiu da jaula e foi tomar uma no bar, e pessoas que você infelizmente já não poderá conhecer, como a menina que pedia esmola aos carros e que morreu atropelada.<br />
Eliane se propõe a mostrar o jornalismo esquecido. A extraordinária vida ordinária, ou a vida ordinária extraordinária que, ao fim, a gente descobre que também é a de cada um.<br />
<blockquote class="tr_bq">
Vemos o que todos veem e vemos o que nos programam para ver. Era, com toda pretensão que a vida merece, uma proposta de insurgência. Porque nada é mais transformador do que nos percebermos extraordinários - e não ordinários como toda a miopia do mundo nos leva a crer. Pág 188</blockquote>
<br />
<a name='more'></a> Esse livro tem uma proposta espantosa. O título, em si, já tem essa afirmação, um pouco de crítica também a todos. A vida que ninguém vê foi finalmente vista, e agora é mais importante que a sua. Todas as pessoas que usualmente ignoramos por comodidade viraram protagonistas que exigem a sua fixa atenção, como Antonio e o seu enterro de pobre, em que seu pequeno filho, que nem teve a chance de viver, foi enterrado numa cova rasa que não era sua; como o menino que é considerado louco por não desistir dessa fantasia que permeia a infância, que no seu caso significa um amor incondicional por cavalos, até internado em manicômio já foi. São meras histórias que não tivemos sensibilidade o bastante para entender. Mas Eliane veio nos ajudar com isso.<br />
<blockquote class="tr_bq">
Há duas maneiras de se visitar um zoológico: com ou sem inocência. A primeira é a mais fácil. E a única com satisfação garantida. A outra pode ser uma jornada sombria para dentro do espelho. Sem <i>glamour</i> e também sem volta.<br />Acompanhe, se quiser. Pág 54</blockquote>
Mas talvez o que mais espante é o desafio dele. Como <i>você </i>enxerga o mundo?<br />
<blockquote class="tr_bq">
Olhar é um ato de silêncio. Pág 191</blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
Tudo o que somos de melhor é resultado do espanto. Pág 193 </blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
Eva rebelou-se. Decidiu que não seria coitada. [...] Que o mundo achasse outras vítimas para preencher seu horror. Esse foi o crime de Eva. Pelo qual jamais a perdoaram. Como não puderam lhe imprimir na testa o rótulo de coitada, a marcaram com outro. Como ela, a deformada, como ela, a deficiente, como ela, a defeituosa, ousava renegar a mão da caridade, irmã da pena, prima da hipocrisia? Como ousava ela, a anormal, encarar de igual para igual os normais? Parecia até que a exibição do corpo torto de Eva revelava a alma torta do outro. Pág 98</blockquote>
Esse livro é simplesmente fabuloso. Além de ser um tapa na nossa cara. Eu nem sei direito como me expressar com argumentos coerentes por que esse livro é tão... mágico assim. Por isso essa resenha está te pedindo mais interpretação própria do que dando respostas. E eu separei um monte de quotes que adoraria colocar aqui, mas o post já está grande, e eu ficando meio perturbada ao ser invadida por tudo o que vi nesse livro.<br />
Eu nem sei qual crônica foi a que considerei melhor. Sem dúvida o macaco que teve uma atitude humana [história verídica] foi uma critica e tanto; o homem que guardava a história de sua cidade foi de encontro a minha mania de jogar tudo de velho fora - claro que guardo coisas que são emocionalmente importante pra mim -, claro que o Homem de Aço [vulgo, o homem que comia vidro na praça para ganhar alguns trocados] sofreu com a invisibilidade, assim como todos nós. Eliane Brum muito provavelmente nos trouxe um pouco da essência humana nesse livro.<br />
<blockquote class="tr_bq">
A revelação dessa visita subversiva ao zoológico é que, no cativeiro, os animais se humanizam. O cárcere lhes arrancam a vida, o desejo e a busca. E mais e mais vão se parecendo com os homens que os procuram com a certeza de um álibi. Perigosa é a pergunta.<br /> O que aconteceria se você encontrasse a chave do cadeado invisível da sua vida? O que aconteceria se você saltasse sobre o fosso da sua rotina? O que aconteceria se você desse o passo da elefanta?<br /> Bem, talvez seja melhor caminhar até o balcão e beber uma. Pág 56 e 57.</blockquote>
<div style="text-align: right;">
Espero que tenham gostado, apesar do tamanho da resenha.</div>
<div style="text-align: right;">
XOXO</div>
<div style="text-align: right;">
Samyle S. </div>
</div>
Samyle S.http://www.blogger.com/profile/17614527260959402594noreply@blogger.com14tag:blogger.com,1999:blog-5047985317606301022.post-50266814822464918782013-09-03T05:31:00.000-07:002013-09-03T05:51:24.128-07:00Não seria Eu<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
Se não fosse essa alegria esparramada, essas caras e bocas, piadas piegas e esses contos de amor, não seria eu. Essa coisinha aqui, míope, os olhos curiosos, a mente embaçada, sorrindo como boba ao se encantar com alguém. E depois, solitária, desfaz todas as ilusões, iludindo-se ao prometer não refazê-las.<br />
Se não fossem essas caminhadas sob a chuva, as lágrimas no meio da noite, os gemidos contidos pelo travesseiro, o orgulho constantemente sendo desmontado, não seria eu. Cheia de verdades não ditas, histórias guardadas, estórias eternizadas. Meio assim, contraditória.<br />
Ela é assim, meio de lua, meio do contra, mas nunca meia. De poucos amigos, de grandes aventuras. Constantemente enfeitando a realidade pra sobreviver.<br />
Se não fosse essa mania de falar de si na terceira pessoa, tampouco seria eu.<br />
Se não fossem esses livros sobre a cama, a estante lotada, esse frio ameno; se não fosse a cafeteria, o grupo de louvor jovem da igreja, as piadas internas do curso de inglês; se não fossem essas mudanças constantes, o mal humor cômico, esse pseudointelectualismo...<br />
Bem, não seria eu.<br />
<blockquote class="tr_bq">
Essa é uma tag que teve início na música <a href="http://www.youtube.com/watch?v=HUUwNd_cvrg">Capitão Gancho</a>, da Clarice Falcão (escuta, é linda!). Eu fui indicada pela Paula do <a href="http://perolairregulaar.blogspot.com.br/2013/08/nao-seria-eu.html">Utopia Concreta</a>, e digo que vale a pena clicar nesse link e ver o texto dela - está um amor! Espero que tenham gostado, apesar de estar bem pessoal. E como eu realmente tenho algum problema com fotos pessoais, resolvi, por fim, não colocar foto alguma. </blockquote>
</div>
Samyle S.http://www.blogger.com/profile/17614527260959402594noreply@blogger.com22tag:blogger.com,1999:blog-5047985317606301022.post-80790986364945050902013-08-30T13:38:00.000-07:002013-08-30T13:38:16.031-07:00Eu quero que o Brasil seja o Brasil<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://data.whicdn.com/images/53614981/tumblr_miu8c54d8z1r0i9t4o1_500_large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="293" src="http://data.whicdn.com/images/53614981/tumblr_miu8c54d8z1r0i9t4o1_500_large.jpg" width="400" /></a></div>
A sociedade contemporânea, em sua grande maioria, é formada por caricatos. Os valores históricos e, principalmente, culturais vem se perdendo ao longo dos anos por causa da "americanização", que é caracterizada como forte influência em outros países, tendo como causador os Estados Unidos. Numa palestra dada na inauguração do auditório Ministro Mozart Victor Russomano, Ariano Suassuna, escritor, dramaturgo e romancista fez comentários bem humorados a cerca dessa influência e, mais sério, acrescentou: "Eu quero que o Brasil seja o Brasil!".<br />
O povo brasileiro tem o costume de menosprezar a própria nação. O mundo inteiro é maravilhoso, exceto o Brasil, é claro. Como consequência desse conceito, preconceito cultural, cada vez mais jovens dizem preferir o modo de vida norte-americano.<br />
A música brasileira é de baixíssima qualidade, até porque o rock nacional e a MPB se encaixam nos padrões de composição imoral que o pessoal faz bombar nas rádios. A situação financeira é culpa dos políticos eleitos por quem não sabe votar, não discute política e se diz preocupado com o futuro. As emissoras de televisão só fazem manipular o telespectador que não sabe selecionar a programação que lhe convém. O cinema brasileiro é péssimo, se comparado a Hollywood, pois filmes como "Memórias Póstumas de Brás Cubas", "Teus Olhos Meus" e "Os Famosos e os Duendes da Morte" não tem nada a oferecer ao intelecto.<br />
A verdade é que são poucos os que se orgulham do que tem. Criticar de forma mal elaborada, pouco precisa e sem fundamentos é difícil. Mais ainda é idolatrar uma nação que faz da sua uma piada. Terra livre, terra firme. Pátria amada, Estados Unidos! Quer dizer, Brasil.<br />
<b> Thay Oliveira</b></div>
Thay Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/17681356689632849479noreply@blogger.com14tag:blogger.com,1999:blog-5047985317606301022.post-40558369511088957772013-08-27T03:24:00.000-07:002013-08-27T03:24:27.652-07:00Primeira autora parceira<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEv816oAMM04p43gJQqyWQSzbZQZ-nM5pazeThet5VRUZxzV0nxpMZF8KBQC396nvmIC8NKagtPImgMiLB_469Yz1HHegdzf0_nu3_KNOzCogf6e9V99o7ihjI8PuD0upLXaEZ2qQfdMu1/s400/Fotos+Samanta+Holtz+-+Revista+Viu%2521+Porto+Feliz+-+Fotos+Paulo+Henrique+Baldini+%25283%2529.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="265" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEv816oAMM04p43gJQqyWQSzbZQZ-nM5pazeThet5VRUZxzV0nxpMZF8KBQC396nvmIC8NKagtPImgMiLB_469Yz1HHegdzf0_nu3_KNOzCogf6e9V99o7ihjI8PuD0upLXaEZ2qQfdMu1/s400/Fotos+Samanta+Holtz+-+Revista+Viu%2521+Porto+Feliz+-+Fotos+Paulo+Henrique+Baldini+%25283%2529.JPG" width="400" /></a></div>
<span style="font-family: inherit;"> Fiquei super feliz ao receber um recado. Samanta Holtz me fez um convite, que aceitei com todo o prazer e alegria possíveis. Minha primeira parceria com autores! Estou tão feliz que sinto-me saltitante. Sem falar que ela é muito gentil. Sabe o que disse no recado? "[...] para mim, TODOS os blogs literários são meus amigos queridos e muito bem-vindos! Mas resolvi me organizar e vi que muitos de vocês que resenharam o meu trabalho (por amor e vontade própria!) e estão sempre me apoiando não estão na minha lista [de parceiros]... e resolvi incluí-los!!" Não é adorável?</span><br />
<span style="font-family: inherit;"> Confira a resenha do primeiro livro dela, <a href="http://florescerepalavrear.blogspot.com.br/2013/03/o-passaro.html">O Pássaro</a>.</span><br />
<span style="font-family: inherit;"> Eis a sinopse do seu novo livro.</span><br />
<a href="http://skoob.s3.amazonaws.com/livros/241622/QUERO_SER_BETH_LEVITT_1374179930P.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://skoob.s3.amazonaws.com/livros/241622/QUERO_SER_BETH_LEVITT_1374179930P.jpg" /></a><span style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"></span></span><br />
<blockquote class="tr_bq">
<span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: #d9ead3; font-family: inherit;">Amelie Wood perdeu os pais aos doze anos e, desde então, vive em um abrigo de meninas. Com a chegada do seu décimo oitavo aniversário, ela vive agora o temido e esperado momento de deixar o lugar que a acolheu por toda a adolescência para enfrentar o mundo em busca dos seus sonhos. Seu bem mais precioso é o velho exemplar do romance que sua mãe lia para ela, na infância. "Doce Acaso" contava a história de Beth Levitt, uma jovem que, como ela, amava o balé e tinha a vida transformada ao conhecer o príncipe Edward. Amie suspira ao reler incansavelmente aquelas páginas, imaginando quando o príncipe da vida real baterá em sua porta... Por isso, ao soprar as velas, não tem dúvida quanto ao seu pedido: "Quero ser Beth Levitt!". Através de grandes coincidências e uma trajetória que ela jamais imaginaria, Amie se vê, de repente, no fascinante mundo do cinema, cara a cara com o príncipe mais lindo que sonharia encontrar e lutando para se esquivar da maldade de muita gente invejosa, contando, para isso, com sua melhor arma: um coração puro.</span></span></blockquote>
<br />
<span style="font-family: inherit;">E a capa, de designer fantástico, tinha que vir parar aqui. Claro.</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgp94B_n8RdY2xbKnNlrdzWgtm4kxgY1ShyaJE6_ALaw5Qgdnwa21JiHtUbeMBowrsiBpXhIfvO14k9HDtCqL9YJAW65qRxZNBNMrWmIqxEViIzH5DhfNhci8nRa_igyX7f8VjP045sBzw/s1600/Quero+ser+Bet+-+capa+completa+-+NS.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="265" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgp94B_n8RdY2xbKnNlrdzWgtm4kxgY1ShyaJE6_ALaw5Qgdnwa21JiHtUbeMBowrsiBpXhIfvO14k9HDtCqL9YJAW65qRxZNBNMrWmIqxEViIzH5DhfNhci8nRa_igyX7f8VjP045sBzw/s640/Quero+ser+Bet+-+capa+completa+-+NS.jpg" width="640" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<a href="http://www.skoob.com.br/livro/241622-quero-ser-beth-levitt">Skoob do livro</a> ♦ <a href="http://www.samantaholtz.com/">Blog da autora</a> ♦ <a href="http://www.skoob.com.br/livro/194449-o-passaro">Skoob d' O Pássaro</a> ♦ <a href="http://www.skoob.com.br/usuario/380134-samanta-holtz">Skoob da Samanta</a></div>
<div style="text-align: right;">
XOXO</div>
<div style="text-align: right;">
Samyle S.</div>
</div>
Samyle S.http://www.blogger.com/profile/17614527260959402594noreply@blogger.com19tag:blogger.com,1999:blog-5047985317606301022.post-66454422778298636332013-08-22T14:34:00.001-07:002013-09-12T05:25:23.377-07:00Os Famosos e os Duendes da Morte<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://31.media.tumblr.com/3b370898cc09796dc14f8871ca73be6b/tumblr_mnlpgiuXvB1qjqgkko1_500.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="http://31.media.tumblr.com/3b370898cc09796dc14f8871ca73be6b/tumblr_mnlpgiuXvB1qjqgkko1_500.jpg" width="400" /></a></div>
Antes de tudo, gostaria de ressaltar que este é um filme nacional e maravilhoso, por sinal. Como vocês devem saber, existe um certo preconceito a cerca do cinema brasileiro. E eu, que sou apaixonada por tudo que envolve as palavras "atuação" e "arte", venho tentando quebrar esse conceito, afinal,existem tantas outras produções brasileiras além de "O Palhaço" ou "Se Eu Fosse Você" e que tem tanto a acrescentar ao intelecto quanto grandes produções Hollywoodianas.<br />
<a name='more'></a><br />
O Menino Sem Nome ou Mr. Tambourine Man tem 16 anos e é fã assumido do cantor Bob Dylan. Sua vida se resume em dias melancólicos em frente a um computador, numa cidadezinha brasileira colonizada por alemães, no sul do país. Infeliz, perturbado por algo ou alguém, escreve num blog como se para descarregar o que sente.<br />
<blockquote class="tr_bq">
"A tua mãe me olhando como se fosse tu. Teu rosto no meu rosto. Eu sinto em mim todas as marcas da tua face.Tua boca se abrindo é o meu sorriso querendo surgir. Os teus olhos chorando são as minhas vontades que tu também sentiu. Estar perto não é físico". </blockquote>
A solidão do rapaz faz com que ele busque na internet uma espécie de refúgio e, nas redes sociais, uma busca desesperada por alguém que o compreenda. Ele parece não ter rumo e seu amigo, Diego, pode ser considerada a única ligação dele com o mundo real. Sua desesperada fuga daquilo que representa o seu "eu" acaba tornando-o um completo estranho naquele meio. Mas e quem não é assim?<br />
<blockquote class="tr_bq">
<blockquote class="tr_bq">
"Mr. Tambourine Man diz: É muito longe de mim...<br />
E.F diz: Longe é o lugar onde a gente pode viver de verdade.(...)<br />
Mr. Tambourine Man diz: Às vezes eu tenho nojo de mim!<br />
E.F diz: Eu também já senti isso!<br />
Mr. Tambourine Man diz: Queria que tudo acabasse de uma vez!<br />
E.F diz: Como? A ponte?<br />
Mr. Tambourine Man diz: Tu é que manda!<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
E.F diz: Voe para longe!"</blockquote>
</blockquote>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<span style="font-family: inherit;">Um personagem que me chamou bastante atenção foi Jingle Jangle ou A Garota Sem Pernas. Uma criatura misteriosa, e pouco que se sabe sobre ela. Pelo que entendi, O Menino Sem Nome possuía uma espécie de elo com a garota. Paixão, talvez? Ou obsessão por alguém que foi corajoso o bastante para ir embora, que finalmente libertava-se de uma realidade tão apavorante quanto o inferno? E, diferente do que se pode imaginar, A Garota Sem Pernas e Mr. Tambourine Man não formavam um casal. Ela era, na verdade, companheira de Julian. Outro personagem enigmático, uma figura tão perturbada que até sua linguagem corporal parece gritar o seu desespero. Alguns, atribuem a ele a causa das tragédias que envolvem alguns dos personagens. Eu, na verdade, acredito que ele não passa de um azarado que teve que sobreviver a tantos acontecidos como se para sofrer ainda mais com o peso que é sua existência. Eles enxergavam o que ninguém mais via. </span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: inherit;"></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://quemtemmedodevirginiawoolf.files.wordpress.com/2010/12/os-famosos-e-os-duendes-da-morte1.jpg?w=500&h=333" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="426" src="http://quemtemmedodevirginiawoolf.files.wordpress.com/2010/12/os-famosos-e-os-duendes-da-morte1.jpg?w=500&h=333" width="640" /></a></div>
<br />
<span style="font-family: inherit;">Tenho apenas elogios a fazer a respeito do filme, exceto uma ou outra bobagem. No entanto, acredito que se algo fosse retirado ou acrescentado, todo o sentido (ou a falta dele) se perderia. O cenário e a época chuvosa atribuem ao filme um clima mágico, fantasioso, lúgubre e algo que contribui bastante para isso é o tom da voz do protagonista, levemente rouca, profunda. Os vídeos que Mr. Tambourine Man vê, tendo como personagens Julian e Jingle Jangle não são diferentes. A beleza singela, o significado por trás de cada movimento, o silêncio que grita, a morte como única salvação.</span><br />
<div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/4fBUjaii4kw?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<span style="font-family: inherit;"> </span> <b>Thay Oliveira</b><br />
<b><br /></b> Sobre o título: sinto que preciso falar um pouco sobre ele, por isso separei este espaço. Antes de vê-lo, li umas resenhas sobre e em uma delas, um cara dizia: "Brasileiro não sabe nem dar nome ao que escreve". De fato, não é uma nomeação comum, mas ao meu ver, tem um significado. Os famosos, são o casal Jingle Jangle e Julian. Que logo após a tragédia, bem se tornaram isso mesmo. E aí, chegamos aos duendes. Em algumas culturas, eles são demônios que surgem para assombrar a cabeça das pessoas,possuindo uma postura agressiva, duvidosa. Logo, a Garota Sem Pernas e Julian são os tais "duendes" que atormentam o Menino Sem Nome, trazendo-lhe lembranças de um passado que não era seu.<br />
Ah, também tem o livro dele.</div>
</div>
Thay Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/17681356689632849479noreply@blogger.com15tag:blogger.com,1999:blog-5047985317606301022.post-43010715886805012042013-08-19T02:08:00.000-07:002013-08-19T02:08:49.485-07:00Quanto vale o tempo?<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoNormal">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://data.whicdn.com/images/61605645/large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="267" src="http://data.whicdn.com/images/61605645/large.jpg" width="400" /></a></div>
Hoje, ao
olhar pela janela do meu quarto, fiz-me essa pergunta. “Quanto vale o tempo?” Assustei-me com a
profundidade dela, o modo como me veio e principalmente pelo por que. Confesso
que tudo isto e o fato de que neste exato momento tenho lágrimas
nos olhos advém ingenuamente de um livro que é uma releitura de um conto de
fadas. Sim, eu também acharia graça se fosse você.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Nunca, ao
simplesmente baixar um livro com o único propósito de ser mais um número na
minha lista desse ano, poderia supor o quanto mexeria comigo. Você, se lê-lo,
provavelmente vai me considerar meio... louca. Falo isso por falta de descrição
melhor. O meu lado racional está gritando que estou fazendo um alarde por uma
escrita meia-boca e um enredo de uma originalidade peculiar, mas previsível,
enquanto meu lado emocional me lembra o quanto eu chorei ao me colocar no lugar
daquela criança de cem anos de idade. Irônico, eu sei.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Na verdade,
estou agarrada ao meu travesseiro(sem coragem de tirar minha ursinha de pelúcia
de roupinha rosa – chamada Romã – de dentro da embalagem que a protege do pó)
indagando por que diabos as pessoas insistem tanto em fugir da realidade. Confesso que
de um modo bizarro me vi em Rose Samantha Fitzroy, não porque tenha pais donos
da maior empresa do mundo, capazes de comprar uma máquina e me colocarem lá
dentro durante anos, ou meses dependendo do bom humor deles, para dormir. E sim
porque nunca me permiti viver. Tenho minha própria máquina barata chamada
alienação.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Essas
máquinas, a propósito, são intrinsecamente diferentes. Enquanto uma mantém jovem
eternamente, a outra te tira alguns prazeres pueris, por causa do
amadurecimento precoce, dependendo do caso, ou te transporta para uma dimensão
paralela em que você simplesmente diz “dane-se” e vai viver – particularmente
acho essa bem interessante. Mas por que criamos isso? Por que temos essa
necessidade de fugir de fantasmas interiores que sabemos que não são reais? Por
que não dá pra “encarar”? Nos afogamos no trabalho, livros, exercícios. Coisas
que aparentemente são boas, até mesmo saudáveis que, entretanto, estão nos
destruindo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Então você
só olha para a janela. Quanto, quanto vale o <i>seu</i> tempo? Amanhã você pode acordar e perceber que seus pais, seus
amigos, a sua familiar tecnologia, o amor da sua vida... tudo o que um dia foi <i>você</i>, simplesmente se esvaiu. Perdeu um
dia, uma semana, um mês de férias, dois dias de aula, por nada. O seu alarme
toca avisando da prova de matemática da semana que vem, do trabalho de física
que você não fez e nada faz sentido.</div>
<div class="MsoNormal">
Viver dói. Simples assim. É muita mais fácil se afundar em alguma coisa e esquecer de si mesmo. Até a
esperança de um milagre corta. Mas dormir por sessenta e dois anos só vai
piorar tudo. Não é isso que quero dizer, afinal? Dê valor ao seu tempo. Permita-se.<o:p></o:p></div>
</div>
Samyle S.http://www.blogger.com/profile/17614527260959402594noreply@blogger.com14tag:blogger.com,1999:blog-5047985317606301022.post-54748451207011661212013-08-15T03:31:00.000-07:002013-08-15T04:00:21.657-07:00Caderno H<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://skoob.s3.amazonaws.com/livros/10889/CADERNO_H_1355105215P.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://skoob.s3.amazonaws.com/livros/10889/CADERNO_H_1355105215P.jpg" /></a></div>
Título: Caderno H<br />
Autor: Mario Quintana<br />
Editora: Alfaguara<br />
Páginas: 368<br />
<br />
Mario Quintana era o meu poeta favorito. Não, nunca tinha lido um livro dele, eu era aquele tipo de fã pelos trechos que via sendo divulgados pela internet. Depois peguei um livro de um outro poeta e pude dizer, de fato, que tal poeta era o meu favorito. Mas, por curiosidade, comprei esse livro. Confesso que li na pressa, pois tenho uma meta de ler no mínimo cem livros esse ano, portanto é bem provável que minha resenha seja superficial. Bem, ao menos eu já li algo do tão amado Mario Quintana.<br />
<br />
<blockquote class="tr_bq">
... mas o que eles não sabem levar em conta é que o poeta é uma criatura essencialmente dramática, isto é, contraditória, isto é, verdadeira.</blockquote>
<a name='more'></a>O Caderno H era uma coluna no jornal Correio do Povo em que Quintana publicava pequenas poesias, algumas de humor, outras de ironia e também textículos. Segundo Braulio Tavares: " este livro de Mario Quintana parece mais uma festa. A poesia é uma convidada, no meio de muitos outros." É surpreendente.<br />
<blockquote class="tr_bq">
As pessoas sem imaginação podem ter tido as mais imprevistas aventuras, podem ter visitado as terras mais estranhas... Nada lhes ficou. Nada lhes sobrou. Uma vida não basta apenas ser vivida: também precisa ser sonhada. Pág 301</blockquote>
Mario Quintana tem um bom humor que permeia seus escritos. Por isso é bem gostoso de ler, você vai passando as páginas com um gostinho especial nos lábios. Ele tem uma leveza que lhe é peculiar. Sem falar nas suas criticas, algumas eu não concordo, outras me fizeram pensar pela primeira vez em determinados assuntos, mas ele faz isto de modo tão leve, simples...<br />
Para quem não gosta de ler livros de poesia, é uma boa opção, já que ela está presente de modo tão sutil, tão aqui e acolá, que duvido que perceba. Como dizia em um apêndice, só é chamado de livro de poesia porque foi feito por um poeta.<br />
<blockquote class="tr_bq">
A imaginação é a memória que enlouqueceu. Pág 128</blockquote>
Confesso, entretanto, que me decepcionei um pouco. Sei lá, eu esperava muito mais de alguém que eu só via textos maravilhosos sendo divulgados. Não que seja ruim, muito pelo contrário, porém não supriu as <i>minhas</i> expectativas, sabe? Esse foi o problema.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<blockquote class="tr_bq">
Sim, um autor que nunca se contradiz deve estar mentindo. Pág 67</blockquote>
A editora está de parabéns. Não é propaganda. Eu simplesmente me admirei tanto com o cuidado com que o livro foi feito. As margens, as folhas mais firmes e amareladas, a capa, os apêndices... Está incrível. Eu diria para você comprar só por causa disso.<br />
<blockquote class="tr_bq">
A coisa em si, nunca: a coisa em ti. Pág 127</blockquote>
<div style="text-align: right;">
Espero que tenham gostado. </div>
<div style="text-align: right;">
XOXO </div>
</div>
Samyle S.http://www.blogger.com/profile/17614527260959402594noreply@blogger.com19tag:blogger.com,1999:blog-5047985317606301022.post-73794802384280478722013-08-12T17:58:00.000-07:002013-08-19T14:25:14.580-07:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2P25DtHQi5qYstBu87vF1tDhEgN5f1qY3qO2j_sacxzRUdx3ruhm-bAi5mbYtdflVgRl0KlqtNBJFhTcZeDmj10WTZjgakF_6zjxx1vhKsvVKnQlAdFWRbFbpeJMJHROaUKobx0LHhTR2/s1600/page+%25281%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2P25DtHQi5qYstBu87vF1tDhEgN5f1qY3qO2j_sacxzRUdx3ruhm-bAi5mbYtdflVgRl0KlqtNBJFhTcZeDmj10WTZjgakF_6zjxx1vhKsvVKnQlAdFWRbFbpeJMJHROaUKobx0LHhTR2/s320/page+%25281%2529.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<span style="font-family: inherit;"> "Cuide-se criança", ela me disse. Uma criança é o que sou, se comparado a ela. Mas os anos nunca foram um grande empecilho diante do nosso amor. Diante do meu amor, ao menos. Lembro-me do primeiro toque, da primeira demonstração de afeto que houve entre nós, há tanto tempo atrás...Todas as tardes, saia do colégio as pressas para encontrá-la. Sentava-me em sua cama, onde estava a minha espera. Despida de tudo e qualquer coisa que pudesse afastar-nos. Eu acariciava a pele de sua face, beijava-lhe a testa, os lábios. Beijava cada centímetro de pele exposta. Sorria para ela, que por sua vez, apenas fitava-me como quem não sabe o que dizer, o que pensar. Uma vez, perguntei-a se me amava. Movimentando levemente a cabeça, murmurava um sim receoso, preocupado. Sim, preocupada com o que éramos, com a forma que seríamos vistos diante da sociedade conservadora de 1958. Mas não parecíamos errados, não éramos.</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<span style="font-family: inherit;"> Certa vez, Hanna me perguntou o que estava estudando no colégio. Falei que aprendia latim, grego e que estava estudando uma peça chamada Emillia Galotti. "Leia para mim", pediu. Estranhei, mas não hesitei. "Primeiro ato, cena um", comecei, "O príncipe: Reclamações, nada além de reclamações. Pelo amor de Deus! Existe algo na vida que valha a pena?" Continuei lendo por um bom tempo e ela me interrompeu apenas uma vez, para sussurrar: é lindo! E sorri, porque estava certo dos meus sentimentos, porque era o rapaz mais feliz de toda a Alemanha. Por dias fui ao seu encontro e apenas ficávamos ali, deitados. Eu lendo para ela, nós nos amando.</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<span style="font-family: inherit;"> Costumava ajuda em tarefas domésticas, mas ficava por isso mesmo. Até que um dia, resolvi mudar o curso das coisas. Quis gritar para o mundo que eu a pertencia e ela, a mim. Então, fomos passear de bicicleta. Nossas gargalhadas enchiam o ar a nossa volta. Uma situação curiosa nos ocorreu, inclusive. Durante a pausa para o almoço, uma senhora parou para comentar o quanto Hanna era bonita, referindo-se a ela como minha mãe. Tossi, abafando o riso. Espantoso imaginá-la como sendo minha mãe, pensei. Não disse nada, apenas encostei meus lábios nos dela suavemente, para dar ênfase nos laços que nos uniam. </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<span style="font-family: inherit;"> Engana-se quem pensa que nossa relação era perfeita, pois não era. Discutíamos, basicamente, sobre nós. Nunca cheguei a questionar-me o que éramos, não naquela época. No entanto, Hanna o fazia frequentemente. Tinha dúvidas somente quando se tratava do futuro, do que aconteceria conosco como passar do tempo. E foi aí que ela decidiu por si só o rumo da nossa relação...Ou o fim dela. Um dia, cheguei em sua casa e restavam apenas os móveis. Roupas e outros objetos pessoais não estavam lá. "Era o fim", pensei, "o fim!". Arrasado, deitei-me na cama que por tão pouco tempo nos amamos. Passei noites ali, lembrando de cada momento nosso, cada toque, o riso, a voz, o cheiro. Agarrei-me a cada fiapo do nosso amor, os fiapos que ainda estavam por ali e que era meus por direito. Cada pedaço meu havia sido levado por aquela mulher. Cada lembrança dela estaria para sempre em meu coração. Eu, Michael, tomei uma das piores decisões. Decidi amá-la mesmo depois do seu último suspiro.</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<b><span style="font-family: inherit;"> Thay Oliveira</span></b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<span style="font-family: inherit;">Olá gente, boa noite! Esse é o meu primeiro post no Florescer e Palavrear, então espero que vocês gostem.Confesso que é diferente do que costumo escrever, mas achei uma boa ideia postá-lo. Fiz o conto tendo como base um filme chamado "O Leitor". Michael é um adolescente de 15 anos que acaba se envolvendo com uma mulher 21 anos mais velha. Tentei passar a imagem de que Michael é mais velho, maduro, porque é essa a impressão que tive. Talvez você, que acabou de ler isso, está pensando em como relatei de forma rápida. É proposital, sabe? Esse "romance" foi assim mesmo, bastante rápido. Alguns detalhes fazem juz ao filme, na verdade, boa parte dele. Só fiz organizar rsrsrs. Bom, engana-se quem pensa que tudo gira em torno do amor existente entre eles, não é bem assim. Sendo que esse início me tocou bastante, sabe? Não sei se meu conceito de amor é torto, mas achei tudo belíssimo. Hanna se torna um guarda numa rede de campos de concentração em Auschwitz, Polônia e Michael, um grande advogado. Preciso acrescentar que ele faz por ela algo tão lindo quanto posso descrever? Na verdade, tudo aconteceu diferente do que eu imaginava, é realmente surpreendente. O filme me fez pensar em certos valores que a sociedade nos impõe e no que leva pessoas a cometerem certos crimes. Será que falamos muito para o pouco que observamos? Ok, essa sou eu falando demais hahaha não me controlei, me perdoem. Logo mais irei postar uma crítica sobre o filme. Da pra ver que eu estou empolgada, não é? hahah <strike>.</strike> Espero que vocês se interessem tanto pelo filme, quanto pelo livro. São impressionantes, acreditem.</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<i><span style="font-family: inherit;">Ah, peço desculpas se a qualidade das imagens(e da montagem) é péssima, mas foi tudo o que eu consegui,rs.</span></i></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<br /></div>
Thay Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/17681356689632849479noreply@blogger.com12tag:blogger.com,1999:blog-5047985317606301022.post-21005422972161018602013-08-09T16:34:00.000-07:002013-08-09T16:34:30.931-07:00Nova colaboradora do Florescer e Palavrear<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://data.whicdn.com/images/70220348/large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="http://data.whicdn.com/images/70220348/large.jpg" width="400" /></a></div>
Conheço algumas pessoas que escrevem. Na escola, isso até vem se tornando comum, somos a geração <i>tumblr</i>. Mas uma pessoa em particular sempre teve textos de me deixarem boquiaberta, seus temas e construção são diferentes do meu estilo, por isso mesmo era fascinante ver alguém escrevendo de um modo que nem me permitia sonhar, cheio figuras de linguagem bem colocadas fazendo com que você sentisse o texto respirando por conta própria.<br />
É com alegria, então, que venho avisá-los que a convidei para postar textos, resenhas e (novidade!) criticas de filmes. Seu nome é Thay Oliveira, dona do blog <a href="http://intensatez.blogspot.com.br/">Intensatez</a>(Aos olhos de Quimera), estudamos na mesma sala desde a oitava série, somos amigas há esse tempo e confio tanto nela que resolvi dividir esse espaço com mais alguém. Acho que vai ser bom para vocês também, terão mais textos e postagens, já que não tenho muito tempo para postar e nem criatividade o bastante para sair esbanjando por aí.<br />
Para conhecer um pouquinho mais dela, pedi que respondesse as seguintes perguntas.<br />
<br />
<b>Que tipo de livros gosta de ler? Quais são seus favoritos?</b><br />
<span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 17px; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: inherit;">Mesmo quase sempre usando de metáforas ao escrever, meu gosto literário não gira em torno "de". Na verdade, quase tudo que leio pode se adequar ao termo "teen". Pasmem: não abro mão daquele clichê, romance aguado+ficção! É, acredito que o real motivo seja uma necessidade de fugir de tudo aquilo que me rodeia. Desde criança, fantasio com histórias e estórias mirabolantes. Então, naturalmente, essas são minhas favoritas. Ultimamente é que isso vem mudando, e tenho preferido algo que possua um maior significado.</span></span><br />
<span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 17px; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: inherit;">Os livros favoritos: O Futuro de Nós Dois - Jay Asher, Carolyn Mackler, Cartas na Rua - Charles Bukowski, Sussurro - Becca Fitzpratrick.</span></span><br />
<blockquote class="tr_bq">
<span style="background-color: #d9ead3; color: #333333; line-height: 17px; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: inherit;">Pitaco: diferente dos livros que eu geralmente resenho para vocês. Por isso acho que vai agradar alguns leitores *.*</span></span></blockquote>
<span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 17px; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: inherit;"><b>Qual a sua definição de dia perfeito?</b></span></span><br />
<span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 17px; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: inherit;">Cara, acho que nada mais perfeito que passar um dia ao lado das pessoas que você mais ama e que estão em sintonia com você. Eu sou apaixonada pela natureza e acampar é um sonho, praticamente. Não vivo sem música, livros e bebidas quentes. Então, já imaginou um dia junto de quem você ama, ouvindo boas músicas, falando sobre coisas construtivas, debatendo sobre bons livros ou só curtindo a companhia do outro enquanto toma um cafezinho ou chocolate quente feito na hora, num fogão improvisado em um bosque ou praia? É, dia mais perfeito que esse não existe pra mim. *café e chocolate quente na praia? kkkk estranho, no mínimo, eu sei.</span></span><br />
<span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 17px; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></span>
<span style="font-family: inherit;"><b>O que te inspira?</b></span><br />
<span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 17px; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: inherit;">Qualquer coisa me inspira, sério. esses dias, fiz um poema pensando em um copo de coca-cola, juro kkkkkkk. Não sei, eu só preciso estar atenta e as palavras simplesmente vão se agrupando na cabeça. Como se elas(as palavras) estivessem somente desordenadas na minha mente, sabe?</span></span><br />
<span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 17px; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></span>
<span style="font-family: inherit;"><b>Que gênero de filme é o que mais gosta de ver? Quais são os seus favoritos?</b></span><br />
<span style="background-color: white;"><span style="color: #333333; font-family: inherit;"><span style="line-height: 17px; white-space: pre-wrap;">Gosto daqueles filmes que quando você termina de ver ou está chorando e/ou pensa: cara, e agora? Um bom drama me deixa louca de pedra. Tanto que nem sei descrever a sensação. Então, é isso. filmes favoritos: Os Famosos e os duendes da morte, Lolita, na Natureza Selvagem e Memórias Póstumas de Brás cubas.</span></span></span><br />
<span style="background-color: white;"><span style="color: #333333; font-family: inherit;"><span style="line-height: 17px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span></span>
<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: white;"><span style="color: #333333; font-family: inherit;"><span style="line-height: 17px; white-space: pre-wrap;">Bem, é isso. Logo ela trará um texto pra vocês. E que seja bem-vinda!</span></span></span></div>
</div>
Samyle S.http://www.blogger.com/profile/17614527260959402594noreply@blogger.com18tag:blogger.com,1999:blog-5047985317606301022.post-33122403878769741642013-08-05T02:59:00.000-07:002013-08-05T02:59:01.252-07:00Profecia de um palhaço bêbado<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoNormal">
Eles
sussurravam ao ouvido, sorrindo para a simplicidade do espetáculo que haviam
escolhido assistir. Ao fundo, a música de um show viajava distâncias pra
recordá-los que havia mais diversão ali perto, numa tenda a metros dali, onde
pessoas pulavam e gritavam ao som de um cantor que não conheciam. Eles, porém,
só se importavam com um pintor à criar seu mundinho particular numa tela
pequena demais para sua imaginação.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Absortos no
fato de que também criavam o seu próprio mundo como aquele homem à fazer montanhas
onde só havia pôr-do-sol. Era mesmo assim, também enfeitavam cenários com seus
sentimentos pueris – e por que não dizer tão puros?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Eis que um
homem entra naquele pequeno espaço, com uma bolinha vermelha no nariz, a
percepção visivelmente alterada pelo álcool, cambaleando sutilmente até o fundo
do cômodo, sem que ninguém lhe desse atenção. Tirou de algum bolso secreto uma
cobra de estimação, dessas de camelôs, e fez <i>shhh</i> para o objeto inanimado. Iria começar seu breve show.</div>
<div class="MsoNormal">
Captou de
imediato o interesse daquelas duas mentes imaginativas e alguns rápidos olhares
curiosos, falou tolices sem nexo, apontou para um stand sobre maternidade e
discutiu consigo próprio coisas que nenhum outro ser poderia entender. Era só
um bêbado, as pessoas pensaram, voltando seus olhos para o lento trabalho de
uma mão habilidosa. Assim o palhaço deu-se por terminar seu espetáculo, pegou
sua pequena cobra com todo o cuidado e se dirigiu para a saída, parando, no
entanto, em frente àquele jovem casal com uma frase que os surpreendeu. “E esse
é um amor para dias e dias.”<o:p></o:p></div>
</div>
Samyle S.http://www.blogger.com/profile/17614527260959402594noreply@blogger.com16tag:blogger.com,1999:blog-5047985317606301022.post-82137327230780285662013-07-30T08:18:00.001-07:002013-08-25T18:16:12.045-07:00As pessoas quebram, Eliane Brum escreveu<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
Eliane Brum me conquistou com uma entrevista ao<a href="http://www.youtube.com/watch?v=rln0WqI6tI8"> Jogo de Ideias</a> que assisti procurando dicas de como escrever melhor. Ela não é uma pessoa comum, ela olha o que ninguém vê, descreve o que todo mundo sente de modo que nunca havíamos sequer imaginado.<br />
<blockquote class="tr_bq">
"O que eu poderia dizer a você, Catarina? A verdade? A verdade você já sabia, você tinha acabado de descobrir. As pessoas quebram."</blockquote>
Embora seja jornalista, foge ao sensacionalismo. Nada de homem que morde o cachorro, prefere o cachorro que morde o homem, o natural, o comum, como a morte - esse, aliás, é um dos temas mais presentes nas suas crônicas e reportagens. Preciso dizer que é a minha escritora/jornalista favorita? Poxa, ela me faz entrar no site da Época toda segunda pra ler seus textos.<br />
Claro que eu não poderia deixar de apresentar seu mais novo trabalho, certo?<br />
<div style="text-align: center;">
<b>A menina quebrada - E outras colunas de Eliane Brum</b></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://skoob.s3.amazonaws.com/livros/326983/A_MENINA_QUEBRADA__1370541644P.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://skoob.s3.amazonaws.com/livros/326983/A_MENINA_QUEBRADA__1370541644P.jpg" /></a></div>
<br />
<blockquote class="tr_bq">
<span style="text-align: justify;"><span style="background-color: #d9ead3; font-family: inherit;">Nas colunas da repórter Eliane Brum no site da revista Época, a vida pode ser tudo, menos rasa. A cada segunda-feira, os leitores encontram um olhar sobre o Brasil, sobre o mundo, sobre a vida - a de dentro e a de fora. Eliane pode escrever sobre a Amazônia profunda, como alguém que cobre a floresta desde os anos 90; ou pode provocar pais e filhos, com uma observação aguda das relações familiares marcadas pelo consumo; ou pode refletir sobre a ditadura da felicidade, que tanta infelicidade nos causa. O que não muda são a profundidade e a seriedade com que ela trata cada tema. O que não é surpresa é seu enorme talento para enxergar muito além do óbvio. Essa combinação transformou sua coluna de opinião em um fenômeno de audiência. Este livro reúne seus melhores textos e dá ao leitor uma fotografia do nosso tempo, visto pelo olhar de uma repórter que observa as ruas do mundo disposta a ver. E que escreve para desacomodar o olhar de quem a lê.</span></span></blockquote>
Confesso que tal sinopse não mexeu comigo. Já conhecia tudo o que foi descrito, só a certeza de ter uma obra de qualidade me fez adicionar esse livro aos vários nomes da minha lista de desejados. Mas peço que você pare um pouquinho e ouça o que a própria autora falou sobre ele. Apesar de o áudio não estar tão bom, ele vai mexer com você. Muito.<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="//www.youtube.com/embed/TBuwBuLoIDE" width="560"></iframe>
<br />
<div style="text-align: center;">
<b>"Ser forte, Catarina, não é saber quebrar os outros. É saber quebrar."</b></div>
</div>
Samyle S.http://www.blogger.com/profile/17614527260959402594noreply@blogger.com14tag:blogger.com,1999:blog-5047985317606301022.post-75779124907468950702013-07-25T04:46:00.002-07:002013-07-29T17:52:35.225-07:00Sobre o chamado de um escritor<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoNormal">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://data.whicdn.com/images/68549528/large.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="http://data.whicdn.com/images/68549528/large.png" width="400" /></a></div>
Não existe uma regra geral para saber se você foi chamado para ser escritor ou não, acho. Isso parece ser muito singular, íntimo, para todo mundo. Talvez seja com um e<i>ureka!</i> dentro de uma banheira, assim como foi com o nosso querido Arquimedes com a sua descoberta célebre, mas não creio que seja tão simples.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Há quem nasça, entretanto, aparentemente predestinado a seguir carreira, como a autora <a href="http://florescerepalavrear.blogspot.com.br/2013/03/o-passaro.html">Samanta Holtz</a> que faz aniversário em pleno Dia Mundial do Livro, ou talvez mesmo hoje, no dia do escritor, algum escritor que eu não conheça – ou até mesmo você, meu caro e estimado leitor – esteja apagando velinhas, porém ainda não é regra, só uma coincidência peculiar. Ser escritor vai muito além de ter boas ideias, virar best-seller ou já ter sido publicado.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Eu sei, não sou uma <i>expert</i> no assunto, sou apenas uma pseudointelectual que sonha em estar nesse ramo, mas acredito que ser um escritor está mais associado a um estilo de vida do que a qualquer outra coisa. <a href="http://florescerepalavrear.blogspot.com.br/2013/04/falando-um-pouco-sobre-nina-auras.html">Nina Auras</a>, uma jovem que publicou um livro aos catorze anos, quando foi indagada sobre essa façanha disse que “[...] a escrita não é algo que você domina, é algo que domina você”. Não é uma escolha, é uma necessidade.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Adaptando um pouco o que Mario Quintana disse, “quem escreve salva um afogado”, nem que o afogado em questão seja você mesmo. Clarice Lispector escrevia desesperadamente como se para salvar alguém, que no fundo era ela própria. Escrever é isso, preencher nossas lacunas existenciais com uma intensidade de quem passa a viver através de meras vinte e sete letras. Para, no fim, se desapegar. “A escrita não ressuscita. Ela enterra”, essa é do John Green. É um começar e recomeçar constantes para poder seguir em frente.<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
Por isso não podia deixar essa data passar batida. À cada um que se identificou, blogueiro, escritor de gaveta, dou-lhe meus afetuosos parabéns.</div>
</div>
Samyle S.http://www.blogger.com/profile/17614527260959402594noreply@blogger.com23tag:blogger.com,1999:blog-5047985317606301022.post-62860215755673061702013-07-19T07:41:00.001-07:002013-07-19T07:41:11.359-07:00Quer arriscar comigo?<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiiScQKhbwKJZ8QxuJXiG-RD-SctJGzMOdmATwhx17gtHroWmLryDeoUEfMk0qoKBuPYKp2OIsR7K82U13RwdyT8Yo0IEQvPomKSzDkKrVt7nDLsh2hIAhV8rJVIcqH6L1_eA9iYxRkGHO-/s1600/tumblr_lqgfbrbg7D1qk8huqo1_500_large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="281" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiiScQKhbwKJZ8QxuJXiG-RD-SctJGzMOdmATwhx17gtHroWmLryDeoUEfMk0qoKBuPYKp2OIsR7K82U13RwdyT8Yo0IEQvPomKSzDkKrVt7nDLsh2hIAhV8rJVIcqH6L1_eA9iYxRkGHO-/s400/tumblr_lqgfbrbg7D1qk8huqo1_500_large.jpg" width="400" /></a></div>
Eu não sou o tipo de pessoa por quem valha a pena lutar. Você sabe, cansei de te dizer isso pra ter como única resposta esse sorriso de lado enquanto sua cabeça balança suavemente de lá pra cá, visivelmente me chamando de bobinha. Não sei por que está aqui ainda, nenhum outro foi tão insistente, não se cansou dessa brincadeira? Até mesmo eu, que comecei, já me fartei dela.<br />
Veja, há tantas garotas nesse restaurante barato que eu te trouxe, àquele grupinho ali de meninas está te paquerando. E elas são ruins nisso, está bem óbvio, mas o fato é que você é bonito demais pra estar perdendo seu tempo comigo. Além disso, me parece ser uma boa pessoa, você é quem deveria dar uma chance para si mesmo, não eu.<br />
É, te dei bola, foi mal. É isso que eu faço, sou extremamente insegura, gosto de me sentir atraente, às vezes. Não, não gosto de que venham atrás de mim por causa da cor desses olhos ou pelo meu cabelo, ou sei lá. É, contraditório, eu te avisei. Aliás, por que ainda está aqui? Sou complicada demais, você não vai me entender.<br />
Do que tenho medo? de mentiras. Detesto faz-de-conta. É por isso que eu sempre vou embora, para não ter de ouvir um não dá mais, acabou. Tenho medo da dor, na verdade. Por favor, tire essa mão do meu rosto, não me faça caricias, esse é meu ponto fraco. É melhor eu ir antes que aconteça algo. Não, não estou fugindo, é só que... Nem sei, minha cabeça está bagunçada, apenas solte-me que eu quero ir embora. Ah, agora estou suspirando como uma menininha apaixonada. Será que posso confiar em um sussurro seu?<br />
<i>Não posso prometer que não irá acabar, ninguém prevê o futuro, mas posso prometer pelo hoje, pelo agora. Você quer arriscar comigo?</i><br />
<blockquote class="tr_bq">
Faz tempo que não faço um texto assim. Eu tentei e, mesmo que do ponto critico não esteja tão bom, gostei da mensagem dele, embora esteja um tanto confuso. O que reflete a personagem, afinal. Mas espero que gostem dele assim como eu.</blockquote>
</div>
Samyle S.http://www.blogger.com/profile/17614527260959402594noreply@blogger.com25tag:blogger.com,1999:blog-5047985317606301022.post-65401616085770010322013-07-13T05:25:00.000-07:002013-07-13T10:19:40.523-07:00Livros estrangeiros que valem a pena conferir<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://data.whicdn.com/images/44754445/tumblr_me65k1k7zz1rfb7c8o1_500_large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="270" src="http://data.whicdn.com/images/44754445/tumblr_me65k1k7zz1rfb7c8o1_500_large.jpg" width="400" /></a></div>
Eu adoro fazer resenhas de livros nacionais, é um imenso prazer para mim mostrar obras da nossa terra, da nossa gente, e poder dizer como são boas, diferentes, <i>nossas</i> - digo isso com um orgulho de uma leitora brasileira que se deleita ao ver nossa cultura transbordar nesses trabalhos.<br />
<div>
Mas hoje vou me distanciar do Brasil para falar sobre obras estrangeiras. Sabe, não gosto de ver como os livros de língua inglesa sempre são os mais privilegiados, embora haja muitas culturas por aí que também esbanjam talento e conteúdo. Olhe a sua estante, caro(a) leitor(a), e conte de onde vem a maioria dos seus livros. </div>
<div>
Até eu me encaixo nisso: 19 são americanos, 7 ingleses e três australianos sendo que eu só tenho cinquenta e quatro livros (físicos, detalhe), entre esses 11 são brasileiros. Dei-me conta esse ano de que também tinha de dar mais atenção a outras culturas, embora sejam escassas as traduções de outras línguas - enquanto o inglês é universal, como meu pai diz, por isso é sempre mais fácil achar obras de países com esse idioma. Pensando nisso resolvi trazer umas dicas de livros que conheço, embora infelizmente não tenha lido todos. Esses, entretanto, estarão com trechos de resenhas que me fizeram apreciá-los.<br />
<a name='more'></a></div>
<div>
O Rei Branco - György Dragomán - Literatura húngara. Editora Intrínseca.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<a href="http://skoob.s3.amazonaws.com/livros/44244/O_REI_BRANCO_1250546017P.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://skoob.s3.amazonaws.com/livros/44244/O_REI_BRANCO_1250546017P.jpg" /></a></div>
<blockquote class="tr_bq">
<span style="background-color: #d9ead3; color: #444444;"><span style="font-family: arial; font-size: 12px; text-align: justify;">Estar sempre em casa aos domingos: isso é um compromisso para Dzsátá, de 11 anos, um garoto do Leste Europeu. Foi em</span><span style="font-family: arial; font-size: 12px; text-align: justify;"> um domingo que os homens da Polícia do Estado entraram em sua casa e levaram seu pai. Ele acredita que será em um domingo que o pai voltará.</span><span style="font-family: arial; font-size: 12px; text-align: justify;">Enquanto isso, em sua rotina de aventuras, entretido com violentos jogos de guerra ou brigas nos campos de trigo, com filmes pornôs no reservado do cinema ou com o planejamento de encontros com meninas, Dzsátá começa a descobrir outra realidade – seja por meio da tirania do treinador do time de futebol da escola e dos campeonatos decididos de acordo com interesses do partido; seja devido às trapaças e às dissimulações de trabalhadores e pessoas comuns ou de diplomatas e privilegiados, como seu avô, integrante da elite política.</span><span style="font-family: arial; font-size: 12px; text-align: justify;">À espreita dessa adolescência rebelde, contudo, sempre cutucando seu coração, está a prolongada ausência do pai. Quando o garoto finalmente descobre a verdade, arrisca-se a perder sua juventude. Para sempre.</span><span style="font-family: arial; font-size: 12px; text-align: justify;">Vencedor do prestigiado Prêmio Sándor Márai – que aponta os melhores autores da Hungria – com O rei branco, o autor transporta a terrível paisagem mental de Dzsátá com frases contínuas e sem enfeites, e constrói habilmente um universo totalitário, profundo e repulsivo. Engraçado e melancólico, mas escrito de forma inovadora, esse retrato de uma infância atrás da Cortina de Ferro nos apresenta a uma nova e impressionante voz da ficção contemporânea europeia.</span></span></blockquote>
<div>
<span style="font-family: inherit;">Esse livro foi meio confuso pra mim, pelo modo que foi estruturado. Cada capítulo parece ser um conto sobre o mesmo personagem, que a principio não parecia ter ligação com nenhum outro capítulo, à </span>exceção<span style="font-family: inherit;"> do fato do menino pensar no pai. Mas logo passamos a ficar intrigados e a ler sem perceber, chegando ao final com um gostinho de quero mais. Essa não é o tipo de estória que você esquece assim que fecha o livro. </span></div>
<div>
<br /></div>
<div>
Uma vida menos ordinária - Baby Halder - Literatura indiana. Editora Arquipélago.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<a href="http://skoob.s3.amazonaws.com/livros/78712/UMA_VIDA_MENOS_ORDINARIA_1263220546P.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://skoob.s3.amazonaws.com/livros/78712/UMA_VIDA_MENOS_ORDINARIA_1263220546P.jpg" /></a><span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<blockquote class="tr_bq">
<span style="background-color: #d9ead3; font-family: arial; text-align: justify;">'Tome, escreva alguma coisa neste bloco. Se quiser, você pode escrever a história da sua vida nele. Tudo que aconteceu desde que você consegue se lembrar e desde que tomou consciência de si mesma', disse a Baby Halder o seu patrão, um professor de antropologia aposentado. O resultado dessa transformação pela escrita é uma narrativa única, retrato de uma vida que tinha tudo para terminar como começou. Baby Halder foi abandonada pela mãe aos quatro anos. Aos 12, foi obrigada pelo pai a se casar com um homem mais velho e violento. Conseguiu escapar do casamento, mas não da pobreza nem do estigma de ser mãe solteira. Como empregada doméstica, até onde ela poderia chegar? Sobreviver era tudo o que interessava, até aquele momento em que teve o primeiro contato com a literatura.</span></blockquote>
<div>
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: inherit;"> Não, esse livro não foi escrito em inglês apesar de ser da Índia. Ainda não entendo muito desse país, mas pelo livro percebi que a maioria das personagens falavam <i>hindi</i> ou <i>bengali</i> - o último no qual esse livro foi escrito. Ele foi uma grande surpresa para mim, o ganhei de aniversário e nem sequer tinha lido a sinopse. Olhe a capa e principalmente o título: não gostei, ponto. Então, por causa da minha meta de ler cem livro esse ano o peguei, ainda sem ler a sinopse, e simplesmente li. E não consegui parar, virei o dia para terminar. Doce surpresa.</span></div>
<div>
<span style="font-family: inherit;"> É a autobiografia de uma mulher indiana que sofreu muito desde pequena, mas que sempre teve muito talento com as letras e sempre foi ajudada pelos professores que enxergavam nela um futuro, embora as circunstâncias tenham sido tão cruéis. Não pegue esse livro pensando em ler uma história poética sobre algo trágico, ela mesma admite que sua escrita é crua, sem quotes bonitinhos. É apenas a realidade sendo servida num prato frio e amargo. A gente aprende muito sobre a sociedade indiana, fiquei meio revoltada imaginando quantas mulheres sofrem assim... É um bom livro para abrir os olhos sobre o machismo que ainda vigora em alguns lugares.</span></div>
<div>
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: inherit;">Por favor, cuide da mamãe - Kyung-sook Shin - Lteratura Coreana (Coréia do Sul, mais especificamente). Editora Intrínseca.</span></div>
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<br /></div>
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<a href="http://skoob.s3.amazonaws.com/livros/217677/POR_FAVORN_CUIDE_DA_MAMAE_1328532369P.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://skoob.s3.amazonaws.com/livros/217677/POR_FAVORN_CUIDE_DA_MAMAE_1328532369P.jpg" /></a><span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div>
<br /></div>
<blockquote class="tr_bq">
<span style="background-color: #d9ead3; font-family: arial; font-size: 12px; text-align: justify;">Park So-nyo, 69 anos, mãe de cinco filhos, desapareceu. Ao chegar a Seul para visitá-los, saindo de sua aldeia com o marido, com quem é casada há mais de 50 anos, ela é deixada para trás em meio à multidão em uma plataforma da estação de metrô. Como fez a vida toda, ele simplesmente supôs que a esposa o seguia. Essa é a última vez em que Park é vista. Começa então a procura, liderada pelos filhos e o marido, que se transforma em uma exploração emocional repleta de remorso e marcada pela triste descoberta de uma mulher que ninguém nunca conheceu. Narrado pelas vozes de uma filha, de um filho, do marido e da própria mulher desaparecida, Por favor, cuide da Mamãe é, ao mesmo tempo, um retrato da Coreia do Sul contemporânea e uma história universal sobre família e amor.</span></blockquote>
<div>
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div>
<span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">Falar sobre mãe é um assunto complicado, e ler sobre isso, mais ainda. Cada pessoa tem a sua própria história com diferenças aqui e ali, mas acredito que todas chegam a um ponto comum quando o assunto é mãe. E é isso que a autora nos mostra. Apesar de apresentar uma realidade cultural muito diferente da que vivenciamos, é impossível não se identificar com a história, e tampouco não se ver representada nela - <a href="http://www.skoob.com.br/usuario/323853-gleicepcouto">Gleice Couto</a>. </span></span><span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white;">O livro em quesito escrita, não possui nenhuma estética elaborada ou coisa do tipo, assemelhando-se bastante à escrita de uma criança.[...] já que é através desta característica, que a autora ensina grandes lições de vida aos leitores de forma simples e profunda, fazendo a todo o momento refletir sobre a vida, sentimentos, pessoas queridas, etc - </span><a href="http://booksalloveryou.blogspot.com.br/" style="background-color: white;">Felipe</a><span style="background-color: white;">. <span style="font-family: inherit;">U</span></span></span><span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">m romance maravilhoso que permaneceu em minha mente muito tempo depois de eu ter terminado de ler suas últimas e perturbadoras páginas - <a href="http://www.skoob.com.br/autor/8864-abraham-verghese">Abraham Verghese</a>.</span></span><br />
<span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></span>
<span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">Uma questão pessoal - Oe Kenzaburo (ou Kenzaburo Oe no modo ocidental de se falar) - Literatura japonesa. Editora Companhia das Letras.</span></span><br />
<span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://skoob.s3.amazonaws.com/livros/9872/UMA_QUESTAO_PESSOAL_1336268467P.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://skoob.s3.amazonaws.com/livros/9872/UMA_QUESTAO_PESSOAL_1336268467P.jpg" /></a></div>
<span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></span>
<br />
<blockquote class="tr_bq">
<span style="background-color: #d9ead3; font-family: arial; font-size: 12px; text-align: justify;">Em 1964, o romancista japonês Kenzaburo Oe recebia a notícia de que seu primeiro filho nascera com uma anomalia cerebral. É a mesma situação enfrentada pelo protagonista de Uma questão pessoal , o professor Bird. Aos 27 anos, ele leva uma vida medíocre, bebendo pelos bares de Tóquio e sonhando com aventuras no continente africano. A gravidez da mulher acrescenta angústia ao cotidiano de Bird. A idéia de que será pai e chefe de família faz com que se sinta condenado à vida cotidiana. Para piorar, depois do parto, os pais descobrem que a anomalia cerebral fará o menino ter uma vida vegetativa. Bird não suporta a possibilidade de se ver atrelado para sempre a um filho anormal. Passa, então, a desejar a morte da criança. Aos poucos, porém, ele se dá conta de que a crise era uma oportunidade. Bird deve percorrer um longo caminho de conquista da realidade, enfrentando os desafios de amadurecimento da vida adulta.</span></blockquote>
<span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></span>
<span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">Todos deveriam ler por ser um clássico muito bem </span>construído<span style="font-family: inherit;"> tanto na história quanto no desenvolvimento, e ainda mais na qualidade literária; todavia, talvez ninguém devesse, por ser carregado de angústia e sofrimento, que pode deprimir os corações mais suscetíveis - Flávio Pereira de Oliveira, autor de AEcM12. É do tipo que enfia um espinho debaixo da unha e vai cutucando, cutucando, e mesmo depois que acaba você ainda fica com a cicatriz incomodando toda vez que vira o tempo. Eu vou demorar pra reler este, mas como é bom! - </span><a href="http://www.skoob.com.br/usuario/5534-naomi" style="font-family: inherit;">Naomi Hikawa</a><span style="font-family: inherit;">.</span></span><br />
<span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></span>
Então, é isso. Espero que tenham curtido tanto quanto eu, embora tenha dado um trabalho fazer uma pesquisa(principalmente do livro japonês, selecionar esse foi complicado!), mas acho que valeu a pena, no fim das contas. Qual desses você mais gostou? Tem alguma dica de livro pra mim? Estou aguardando o seu comentário! XOXOXO</div>
</div>
Samyle S.http://www.blogger.com/profile/17614527260959402594noreply@blogger.com22tag:blogger.com,1999:blog-5047985317606301022.post-35216595104878540472013-07-10T06:38:00.000-07:002013-07-10T06:44:09.962-07:00Por quem lutar<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://data.whicdn.com/images/9914004/tumblr_llfy20KupA1qik67lo1_500_large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://data.whicdn.com/images/9914004/tumblr_llfy20KupA1qik67lo1_500_large.jpg" width="400" /></a></div>
Ao longo da vida a gente aprende a
dizer adeus a várias coisas, nossos amigos de infância somem, eu, por exemplo,
nem lembro o nome deles <span style="background-color: white; color: #666666; line-height: 18px;">—</span> fato que me trouxe um belo desconforto ao perceber
que tinha dito na cara do meu melhor amigo de infância que não fazia ideia de
quem ele era <span style="background-color: white; color: #666666; line-height: 18px;">—</span>, alguns morrem e outros nascem, às vezes nós vamos embora,
outras vezes eles que vão. É um ciclo sem fim.</div>
<div class="MsoNormal">
E por mais que detestemos esse tal
de desapego, o tempo, talvez a distância, faz isso conosco. Eu sempre acabo
mudando nesse ínterim, motivo pelo qual culpo o desapego e o “ter de fazer
novos amigos”, a gente vai se moldando às pessoas a nossa volta, a nova
situação. É maravilhoso, suponho, mas também é triste.</div>
<div class="MsoNormal">
Comigo é ainda mais complicado,
desde pequena minha família se muda bastante, e vim parar nessa cidadezinha de
interior com um sotaque paulista e uma mente completamente desocupada. Particularmente,
acho que a Samyle, a devoradora de livros, a escritora de gaveta, nasceu aqui,
por isso tenho um certo medo de sair desse lugar que aprendi a amar e admirar
com todas as forças. Mas os quatro anos
que aqui estive também foram de desapego. Primeiro, com o pouco do grupo da
oitave séria que sobrara, depois com o fato de que tive de fazer novos amigos e
sair da minha zona de conforto.</div>
<div class="MsoNormal">
Dessa vez eu não mudei de região,
as pessoas simplesmente se afastaram, inclusive eu. Embora jurássemos que seria
eterno, não fizemos por isso. Reinou a vontade do nariz, adaptando a frase do
meu amado Machado. </div>
<div class="MsoNormal">
Contudo, <i>uma</i> pessoa sempre voltou. Embora tenha ido para outro colégio no
primeiro ano, em março estava rindo conosco no mesmo banco da oitava, apesar de
ter mudado para outra cidade, em agosto já confirmou que estaria lá novamente, dando uma desculpa qualquer para tal. E mesmo quando estava longe,
sempre vinha visitar-nos com um sorriso no rosto. Cheguei a conclusão de que há,
<i>sim</i>, pessoas que sempre voltam. É por
elas que devemos lutar.</div>
</div>
Samyle S.http://www.blogger.com/profile/17614527260959402594noreply@blogger.com20tag:blogger.com,1999:blog-5047985317606301022.post-76619504406496794352013-07-05T14:25:00.000-07:002013-07-05T14:25:54.673-07:00Razão e Sensibilidade<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white; color: #666666; line-height: 18px;">— [...]</span><span style="background-color: white; color: #666666; line-height: 18px;">Mamãe, quanto mais conheço o mundo, mais me convenço de que jamais encontrarei o homem que eu possa realmente amar. Sou tão exigente! Ele precisa ter todas as virtudes do Edward, e a sua pessoa e maneiras devem adornar essas qualidades com todos os encantos possíveis.</span></span><br />
<span style="background-color: white; color: #666666; font-family: inherit; line-height: 18px;">— Lembre-se, meu amor, não tem nem dezessete anos. Ainda é muito cedo na vida para desesperar da felicidade.</span><br />
<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: white; color: #666666; font-family: inherit; line-height: 18px;">Pág. 24</span></div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
</div>
Samyle S.http://www.blogger.com/profile/17614527260959402594noreply@blogger.com17tag:blogger.com,1999:blog-5047985317606301022.post-23933521761768497942013-07-02T10:23:00.000-07:002013-07-11T12:43:50.276-07:00Sobre o tal do tempo<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://data.whicdn.com/images/29364909/tumblr_lxhruhrZgw1r8inx8o1_500_large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="http://data.whicdn.com/images/29364909/tumblr_lxhruhrZgw1r8inx8o1_500_large.jpg" width="400" /></a></div>
Olho ao redor com surpresa: o inverno chegou, a natureza está meio mórbida, seu vento açoitando a pele. O frio não releva o casaco, sinto-o nas minhas entranhas. Ergo as mãos à boca e sopro ar quente com vontade, mas elas continuam geladas. Estou morta, só pode. Ou quase isso.<br />
A meu lado, ele observa atentamente a rua, provavelmente esperando a carona também. O prédio já está vazio, somente nós restamos. Todavia, a solidão impregna o ar. A gente sabe que não tem mais volta, esse é o tal do adeus. O meu primeiro adeus.<br />
Dizem que devemos nos desapegar de muitas coisas ao longo da vida: pessoas, objetos, situações cômodas. Porém nunca consegui por completo, seguindo em frente sem sequer lembrar como vi muitos fazerem. Tenho um medo tão grande de deixar partes de mim por aí e nunca mais me encontrar. Esse é meu pior pesadelo: abrir os olhos e não ser mais eu.<br />
É tolice importar-se com isto, imagino. Muitos já fizeram isso e sobreviveram, é um ciclo. Ano que vem muitos deixarão, muitos chegarão e construirão uma parte da sua história aqui, bem aqui, caminhando pelas mesmas calçadas e corredores por onde tantos já passaram e riram e choraram. Onde tantos já marcaram a sua vida, talvez a vida do próprio prédio. Passarão por este mesmo banco, quantas despedidas e reencontros ele já presenciou? Hoje foi minha última chance. Devo tê-la perdido por completo.<br />
Ele se remexe a meu lado, viro-me surpresa com sua inquietação. Estende-me uma flor trêmulo, tão nervoso quanto eu, suponho. Não sei o que fazer, minha boca se abre e fecha em seguida sem emitir som algum. Não sei o que dizer, sorrio em agradecimento mas meu peito dói. Um carro buzina freneticamente, escuto um grito mandando que me apresse. Tempo, tempo, quão cruel você é às vezes.<br />
<div>
<br /></div>
</div>
Samyle S.http://www.blogger.com/profile/17614527260959402594noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-5047985317606301022.post-74985727402759946472013-06-20T06:07:00.000-07:002013-06-20T06:07:00.307-07:00Ensaio sobre a cegueira<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://skoob.s3.amazonaws.com/livros/1/ENSAIO_SOBRE_A_CEGUEIRA_1293738775P.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://skoob.s3.amazonaws.com/livros/1/ENSAIO_SOBRE_A_CEGUEIRA_1293738775P.jpg" /></a></div>
Título: Ensaio sobre a cegueira<br />
Autor: José Saramago<br />
Editora: Companhia das Letras<br />
Páginas: 310.<br />
<br />
<br />
Eu sempre gostei de fazer breves comentários no skoob sobre os livros que acabo de ler, anotando as minhas impressões finais. Mas com <i>Ensaio sobre a cegueira</i> foi um tanto diferente: quando cheguei na metade do livro, descrevi no histórico de leitura simplesmente um adjetivo. Embora já o tenha terminado, nada acrescentei. Esse adjetivo resume tudo: É perturbador.<br />
<blockquote class="tr_bq">
É dessa massa que nós somos feitos, metade de indiferença e metade de ruindade. pág. 40</blockquote>
<br />
<a name='more'></a>Tudo começou com um motorista parado em frente a um sinal vermelho. Absolutamente comum, à espera do momento de continuar sua trajetória de volta para casa depois de um dia de trabalho. O sinal abre, mas ele não se move. Os carros atrás de si buzinam, eles também têm o que fazer porém há alguém atrapalhando-os. Alguns descem para ver qual é o problema, batem no vidro da janela, fazem perguntas, mas o homem possui apenas duas palavras nos lábios: Estou cego.<br />
Assim começa uma epidemia de uma "treva-branca", uma cegueira, ao contrário do que sempre foi, branca, e sem motivo. O olhos dos pacientes não apresentam nenhuma lesão, mas eles não veem, não importa se dia ou noite, nada além de um infinito branco. O governo rapidamente toma providências contra essa doença que se espalha ninguém sabe como, trancando os cegos em quarentena, entregues à própria sorte. Entregues à própria essência.<br />
<blockquote class="tr_bq">
Se eu voltar a ter olhos, olharei verdadeiramente os olhos dos outros, como se estivesse a ver-lhes a alma. A alma, perguntou o velho da venda preta, Ou o espírito, o nome pouco importa, foi então que, surpreendentemente, se tivermos em conta que se trata de uma pessoa que não passou por estudos adiantados, a rapariga de olhos escuros disse, Dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos. Pág. 202</blockquote>
<div>
José Saramago é um visionário, um gênio, e todos os outros adjetivos estupendos que você possa dar-lhe. Esse livro mexe conosco de um modo único, forçando-nos a, como vi em algum lugar, fechar os olhos e <i>ver</i>. A quantidade de detalhes desse mundo sem olhos que ele descreve dá-nos a sensação, mesmo que somente durante a leitura, de estar lá, no meio deles, passando por tudo o que passaram também. Eis o motivo para o adjetivo perturbador ser perfeito.</div>
<blockquote class="tr_bq">
[...] o ar fresco entra silvando e atiça o incêndio, ah, sim, não estão esquecidos, os gritos de raiva e de medo, os uivos de dor e agonia, aí fica feita a menção, note-se, em todo caso, que irão sendo cada vez menos, a mulher do isqueiro, por exemplo, está calada há muito tempo. Pág. 207.</blockquote>
<div>
A mensagem que traz também é belíssima: o que estamos nos tornando? Somos bombardeados por imagens diariamente, mas o que isso tem feito conosco?</div>
<blockquote class="tr_bq">
[...] Queres que te diga o que penso, Diz, , Penso que não cegámos, penso que estamos cegos, Cegos que veem, Cegos que, vendo, não veem. Pág. 310</blockquote>
<div>
A linguagem foi mantida como a original, ou seja, português de Portugal entretanto não é nada difícil, aos poucos você se acostuma as diferenças pequenas na grafia das palavras. Um destaque é modo como o autor escreve, isso sim requer atenção, ele não usa travessão ou aspas para os diálogos, ou sequer ponto de interrogação, como se estivesse nos forçando a prestar atenção, a interpretar. Achei isso incrível.</div>
<blockquote class="tr_bq">
Continua a ser bonita, Já foi mais, É o que acontece a todos nós, sempre fomos mais alguma coisa, Tu nunca foste tanto, disse a mulher do primeiro cego. Pág. 267.</blockquote>
<div>
Termino essa resenha com dois trechos que amei, à sua interpretação. Espero que tenham gostado da resenha.</div>
<blockquote class="tr_bq">
Não achou resposta, as respostas não vêm sempre que são precisas, e mesmo sucede muitas vezes que ter de ficar simplesmente à espera delas é a única resposta possível. Pág 249.</blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
Quem sabe se entre estes mortos não estarão os meus pais, disse a rapariga dos óculos escuros, e eu aqui passando ao lado deles, e não os vejo, É um velho costume da humanidade, esse de passar ao lado dos mortos e não os ver, disse a mulher do médico. Pág. 284</blockquote>
</div>
Samyle S.http://www.blogger.com/profile/17614527260959402594noreply@blogger.com18