quarta-feira, 10 de julho de 2013

Por quem lutar

    Ao longo da vida a gente aprende a dizer adeus a várias coisas, nossos amigos de infância somem, eu, por exemplo, nem lembro o nome deles  fato que me trouxe um belo desconforto ao perceber que tinha dito na cara do meu melhor amigo de infância que não fazia ideia de quem ele era , alguns morrem e outros nascem, às vezes nós vamos embora, outras vezes eles que vão. É um ciclo sem fim.
    E por mais que detestemos esse tal de desapego, o tempo, talvez a distância, faz isso conosco. Eu sempre acabo mudando nesse ínterim, motivo pelo qual culpo o desapego e o “ter de fazer novos amigos”, a gente vai se moldando às pessoas a nossa volta, a nova situação. É maravilhoso, suponho, mas também é triste.
    Comigo é ainda mais complicado, desde pequena minha família se muda bastante, e vim parar nessa cidadezinha de interior com um sotaque paulista e uma mente completamente desocupada. Particularmente, acho que a Samyle, a devoradora de livros, a escritora de gaveta, nasceu aqui, por isso tenho um certo medo de sair desse lugar que aprendi a amar e admirar com todas as forças.  Mas os quatro anos que aqui estive também foram de desapego. Primeiro, com o pouco do grupo da oitave séria que sobrara, depois com o fato de que tive de fazer novos amigos e sair da minha zona de conforto.
    Dessa vez eu não mudei de região, as pessoas simplesmente se afastaram, inclusive eu. Embora jurássemos que seria eterno, não fizemos por isso. Reinou a vontade do nariz, adaptando a frase do meu amado Machado.
    Contudo, uma pessoa sempre voltou. Embora tenha ido para outro colégio no primeiro ano, em março estava rindo conosco no mesmo banco da oitava, apesar de ter mudado para outra cidade, em agosto já confirmou que estaria lá novamente, dando uma desculpa qualquer para tal. E mesmo quando estava longe, sempre vinha visitar-nos com um sorriso no rosto. Cheguei a conclusão de que há, sim, pessoas que sempre voltam. É por elas que devemos lutar.

20 comentários:

  1. É muito triste isso, nos afastarmos de pessoas que pensamos que estariam ali pra sempre. Mas há aqueles, poucos, porém, que sempre irão voltar, e é isso que importa.
    Me identifiquei muito com o texto.

    Palavras São Vento

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    1. Relendo o meu texto percebi que não sou o tipo de pessoa que volta, que corre atrás, eu deixo-os irem aonde querem e pronto. Mas isso é meio errado, a gente também tem de fazer a nossa parte, assim mais pessoas confiarão na gente também.

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  2. Eu sempre usei o termo: Odeio "perder" pessoas.
    Para a morte não há remédio, mas para a vida não dá para aceitar.
    Eu sempre dou um jeito de encontrar aquelas que valem a pena, mas as forças acabam quando elas não fazem muito esforço para serem encontradas.

    www.cchamun.blogspot.com.br
    Histórias, estórias e outras polêmicas

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  3. Realmente... Sempre tem aquele que volta. É um susto bom, pelo menos para mim. Lembro até hoje quando estava no primeiro ano e a minha melhor amiga da quarta série ligou para mim. Desde então, ela não caiu mais no meu esquecimento. Entre outras...
    Temos que lutar por algo além o nosso próprio umbigo, né? Texto lindo. Mesmo a maioria sendo desapego, há algo pelo que lutar.

    Diva Pensante (perfil)

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    1. Eu sei como são esses sustos, dois amigos de infância me acharam pelo facebook e passaram a conversar comigo, só que o mais antigo nem lembrava! Foi horrível, mas depois deu tudo certo. Depois deles costumava brincar dizendo que eu era uma pessoa marcante haha'

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  4. é muito triste ter de "desapegar" das pessoas, mas como aquela velha frase clichê diz: o que for verdadeiro permanece. Uma das séries que marcaram muito o meu colegial, foi a 8ª série, pelo simples fato de que minhas 2 e únicas melhores amigas terem mudado de colégio, então eu tive que me adaptar as novas pessoas, e foi um momento terrível no inicio, era tão desconfortante olhar para aquelas pessoas "familiares" e estranhas ao mesmo tempo, pois sim, estudei com eles a vida toda, mas no entanto nunca procurei me aproximar, afinal eu tinha minha amigas, e quando estas saíram me senti um peixe fora d'água, mas apesar de dolorosa essa experiência foi fantástica, fiz novos amigos, amigos de verdade, pessoas maravilhosas que eu não tinha me dado a chance de conhecer por ser tão tímida, continuo tímida e falando pelos cotovelos, mas pessoas estranhas não me assustam mais. Ah, e aquelas minhas amigas permaneceram na minha vida, apesar de terem saído da minha rotina matinal.
    oops! como sempre acabo me excedendo, desculpa pelo "texto" era pra ser só um comentário kkkkkk

    Myllena,
    Minhas Pequenas Verdades

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    1. Que nada, adorei seu comentário. Me lembrou a mim mesma, também sou tímida e falo pelos cotovelos, e me senti exatamente assim ao me ver rodeada de pessoas com quem eu estudava mas nunca tinha dito um simples oi, depois eu fui dando uma chance, me aproximando de todo mundo. Eu tenho meus amigos, mas também gosto de conversar com meus colegas: aprender isso foi assustador, no começo, mas agora eu vejo como é maravilhoso.

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  5. "Embora jurássemos que seria eterno, não fizemos por isso." Quem nunca, né? Prometi e combinei várias coisas com meus amigos de infância e hoje nem sei onde eles estão. Gostei muito do texto! Estou passando por algo parecido com a faculdade e os amigos seguindo seus próprios rumos :/ Mas acredito que é normal hahaha

    rascunhosecaprichos.blogspot.com.br
    beeijos

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    1. É, pior que é normal. Algumas pessoas dizem que a amizade verdadeira nunca acaba, ma acredito que, como as pessoas mudam, os interesses podem convergir e não dar mais.

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  6. Isso me faz ver que todas as vezes que procurei manter contatos com duas pessoas foi totalmente em vão, e ver que é melhor eu cuidar dos que sempre querem a minha presenças dos que não estão nem ai, amei o post.

    Bjss

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    1. Eu acho que nós também temos que fazer a nossa parte, só não dá ficar correndo atrás direto de pessoas que não estão nem ai. Se você tentou mais de três vezes e eles não estavam se lixando, esqueça: há pessoas por aí que merecem a sua atenção.

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  7. É bom saber que ainda existam pessoas quem vale a pena lutar! <3

    http://senhoritapriscila.blogspot.com
    Curti a fan page? (www)
    @priscilafrr,
    beijo.

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  8. Eu vivo pensando nisso: nas andanças da vida. Andanças e mudanças, pessoas que vêm e vão. Algumas delas, inteira e completamente responsáveis por parte do que eu sou, simplesmente sumiram. Zero contato. Isso me deixa triste, mas é a vida.

    Mas sempre tem alguém, sempre tem aquela pessoa que faz você repensar em tudo e que traz a luz no fim do túnel.

    :)

    Amei o texto, Samy.

    Beijão

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  9. Gostei do texto, as mudanças podem ser tristes, mas tb podem ser boas, o ideal é não se apegar a pequenas coisas.

    Beijos
    http://365diasvariados.blogspot.com.br/

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    1. O que você escreveu me fez pensar em um monte de coisas agora...

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  10. Acredito que esse tipo de coisa ocorra com todos nós.
    Comigo também, apesar de viver na mesma cidade em que nasci.



    Tecido Doce
    Sorteios

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  11. Queee liindooo, realmente goste dele... Sim deixa eu te convidar para uma coisa? Como você é escritora, estava pensando em fazer uma entrevista com você para o projeto do meu blog "Vamos ler um livro??", então eu queria fazer por e-mail.. Aguardo respostas (e-mail: luanagabrielyroza@hotmail.com) sim, ~nova seguidora~ retribui? beijos!!

    Blog: http://smile-andlove.blogspot.com.br/
    Facebook: http://www.facebook.com/luanagabrielyroza
    Twitter: https://twitter.com/LuanaftGabriely

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    1. Obrigada pelo convite, mas não sou escritora, só aspirante ;)

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  12. Isso ocorre sempre, tanto é que esquecemos ate de nossos parentes distantes..

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