Hoje eu acordei aos quinze anos e, você, aos vinte e um. Não sei se irá se lembrar dessa menina meio muleca meio mulher que me tornei, não sei se terá a opinião de todas as pessoas que perguntei de que essa idade é, sim, um marco na vida de uma garota e que tudo irá mudar daqui pra frente. Não sinto nenhuma mudança, aliás, não acordei com uma cabeça diferente e nem outros objetivos, continuo lotada de coisas pra fazer, como conseguir terminar de assistir Bleach esse ano e ainda ler cinco livros ao mesmo tempo (ou seriam seis?) me perguntando quando irei terminá-los tendo tantas borboletas e passarinhos pra fazer, sem contar o vídeo de fotos, que irão direto para a festa do meu aniversário que já está me tirando do sério.
As suas preocupações não são essas, eu sei. Se não me engano, esse é o seu último ano de faculdade e, te conhecendo como conheço, você deve estar tendo a mesma crise do 3° ano, repetindo que definitivamente agora você é uma adulta e terá de trabalhar pra tirar o seu sustento, com um medo tão grande de ter errado a escolha, de nada dar certo... Mas isso passa, você superou a crise do 3° ano, lembra? Tinha uma leve dúvida se esse seria o fim da minha vida, somos neuróticas, você sabe, mas se aguentou essa pressão já não faz mais diferença. Minha meta aos quinze anos, você pergunta? Conseguir ler cem livros no período de um ano.
As diferenças entre nós duas já devem formar um abismo. Você cresce rápido, menina. Seus gostos mudam quase que completamente de um ano para o outro, ou talvez já tenha chegado àquela parte mágica da vida que a psicóloga da minha atual melhor amiga lhe falou, quando finalmente temos uma personalidade formada. Mas nós duas sabemos que viver é ser um eterno aprendiz, então descarto essa parte.
Não se esqueça porém da nossa ancestral comum, uma menina de dez anos que sonhava em fazer quinze, imaginando um namorado à lá Zac Efron do High School Musical, e uma de quinze que sonha com os vinte e um, tentando não criar expectativas para sua nova “idade do siso” enquanto te pede pra ser feliz, por ela, pela menininha de dez anos e por todas as anteriores e posteriores que fizeram parte dessa história que é só sua.
Qual o motivo dessa carta, afinal? Ela não tem motivo, é apenas mais uma das nossas sentimentalidades. Talvez eu queira te mostrar o que sou agora para que me procure, pelo menos um pouquinho, dentro desse conjunto que te faz inteira. Não sei se ainda quer ser escritora, se ainda escreve. Sonhos mudam, às vezes, como o da menina de dez anos que queria cantar e hoje, embora ainda tenha uma voz agradável, tem vergonha de mostrá-la. Não sei se escreveu algumas coisas e tem medo de publicá-las, medo de que estejam ruins. Vendo desse jeito, somos a mesma coisa, não damos o braço a torcer, mas queria que, só hoje, você fizesse o que deseja, seja se declarar para alguém (sempre quis me declarar para alguém, nos filmes é tão bonitinho!) ou fazer a loucura do ano. Você só faz vinte e um uma vez na vida, então torne isso marcante, assim como eu resolvi tornar marcante essa atual data com uma festa grande demais para os meus hábitos reclusos. Eu estou devendo isso a garotinha de dez anos, pra lá na frente, aos quarenta e talvez mais, possa dizer que fiz tudo o que podia fazer e que não mudaria nada. Porque tudo, minha cara, fez de mim o que sou hoje, e posso te dizer com certeza que já gosto do resultado. Te desejo isso também. Feliz aniversário.
As suas preocupações não são essas, eu sei. Se não me engano, esse é o seu último ano de faculdade e, te conhecendo como conheço, você deve estar tendo a mesma crise do 3° ano, repetindo que definitivamente agora você é uma adulta e terá de trabalhar pra tirar o seu sustento, com um medo tão grande de ter errado a escolha, de nada dar certo... Mas isso passa, você superou a crise do 3° ano, lembra? Tinha uma leve dúvida se esse seria o fim da minha vida, somos neuróticas, você sabe, mas se aguentou essa pressão já não faz mais diferença. Minha meta aos quinze anos, você pergunta? Conseguir ler cem livros no período de um ano.
As diferenças entre nós duas já devem formar um abismo. Você cresce rápido, menina. Seus gostos mudam quase que completamente de um ano para o outro, ou talvez já tenha chegado àquela parte mágica da vida que a psicóloga da minha atual melhor amiga lhe falou, quando finalmente temos uma personalidade formada. Mas nós duas sabemos que viver é ser um eterno aprendiz, então descarto essa parte.
Não se esqueça porém da nossa ancestral comum, uma menina de dez anos que sonhava em fazer quinze, imaginando um namorado à lá Zac Efron do High School Musical, e uma de quinze que sonha com os vinte e um, tentando não criar expectativas para sua nova “idade do siso” enquanto te pede pra ser feliz, por ela, pela menininha de dez anos e por todas as anteriores e posteriores que fizeram parte dessa história que é só sua.
Qual o motivo dessa carta, afinal? Ela não tem motivo, é apenas mais uma das nossas sentimentalidades. Talvez eu queira te mostrar o que sou agora para que me procure, pelo menos um pouquinho, dentro desse conjunto que te faz inteira. Não sei se ainda quer ser escritora, se ainda escreve. Sonhos mudam, às vezes, como o da menina de dez anos que queria cantar e hoje, embora ainda tenha uma voz agradável, tem vergonha de mostrá-la. Não sei se escreveu algumas coisas e tem medo de publicá-las, medo de que estejam ruins. Vendo desse jeito, somos a mesma coisa, não damos o braço a torcer, mas queria que, só hoje, você fizesse o que deseja, seja se declarar para alguém (sempre quis me declarar para alguém, nos filmes é tão bonitinho!) ou fazer a loucura do ano. Você só faz vinte e um uma vez na vida, então torne isso marcante, assim como eu resolvi tornar marcante essa atual data com uma festa grande demais para os meus hábitos reclusos. Eu estou devendo isso a garotinha de dez anos, pra lá na frente, aos quarenta e talvez mais, possa dizer que fiz tudo o que podia fazer e que não mudaria nada. Porque tudo, minha cara, fez de mim o que sou hoje, e posso te dizer com certeza que já gosto do resultado. Te desejo isso também. Feliz aniversário.
Que bonitinho, pelo que entendi devemos aproveitar a cada idade, fazer as coisas que nós gostamos e que sempre mudamos de opniões.
ResponderExcluirmeus-pensamentos.com
É bem isso. A gente sempre fica com saudade de algo, eu por exemplo da leveza e leviandade da oitava série, fiz dois amigos que estão nessa série e percebi que ser louco essa idade é comum, me acabo de rir com s mulecadas deles, mas também gosto dessa coisa mais séria do segundo ano, estamos nos preparando para sair do colégio como adultos, literalmente. Esse nosso comportamento é necessário, também reconfortante.
ExcluirMuito legal, mas antes dos quarenta tem os trinta, a melhor idade da mulher.
ResponderExcluirwww.cchamun.blogspot.com.br
Histórias, estórias e outras polêmicas
Feliz Aniversário, realmente se olharmos para trás e ver o que queríamos quando mais nova é diferente do que queremos hoje, a vida muda, tudo muda, a única coisa que a gente tem que fazer é ir na onda das mudanças, parabéns que seus vinte um anos seja o melhor de todos, por que o meu ainda vai chegar rsrs.
ResponderExcluirBjss
Muda, sim. Comecei a escrever um diário esse ano e espero um dia, que pode ser muito bem ano que vem,. lê-lo e dizer: nossa, como eu cresci! Deve ser uma sensação muito boa.
ExcluirQue Lindo!!
ResponderExcluirAmei, sábias palavras que tocam o coração ^^
beijos mila
http://www.dailyofbooks.blogspot.com.br/
Que lindo! Sabe, eu me identifiquei com o ultimo parágrafo >.<
ResponderExcluirAdolecentro
gostei do texto. vc que escreveu?
ResponderExcluirBoa semana
Beijos
http://365diasvariados.blogspot.com.br/
Foi sim, a maioria dos textos foram escritos por mim, exceto os das tags "Textos de outros escritores" e "Trechos de livros" ;)
ExcluirGostei do texto, "Viver é ser um eterno aprendiz", me encanta pessoas que sabem usar as palavras.
ResponderExcluirGostei muito, de verdade!
Tem um meme pra ti lá no meu blog.
Beijos,
Devaneios
É, eu gosto desses provérbios.
ExcluirMuito lindo o texto e, uma bela homenagem.
ResponderExcluirAs pessoas mudam, o que diferencia é o tempo que isso leva, e até mesmo o apego que elas tem pelo passado.
Tecido Doce
Sorteio
Isso mesmo, não tinha pensado desse modo antes ;)
ExcluirEu também já fiz uma carta pra mim mesma, mas pra Vivian de 15 anos - dez anos atrás.
ResponderExcluirAmei, Samyle! Mesmo.
Beijão mocinha
Se entendi direito, você fez 15 anos? Parabéns! parabéns pelos 15 (se acertei, se não desconsidere) e parabéns por mais um belo texto, você se supera cada vez mais, a medida que o tempo passa, a-d-o-r-o seus textos, amo seu blog, e espero que você nunca o abandone, seja com 15 ou 21 esteja sempre escrevendo, nunca pare, isso deixaria um vazio imenso em mim, que encontrei um amigo atordoado de sentimentos no que tu escreves.
ResponderExcluirMyllena,
minhaspequenasverdades.blogspot.com.br
Uau, não sabia que o que escrevia era tão importante para mais alguém além de mim. Acho que eu escrevo para tentar me livrar de sentimentos (muito até sem sentido, quase como imaginários), tem até uma frase que diz "tem coisas que só saem da gente por escrito". É bem assim. Vai ver Mário Quintana tem razão, quem escreve salva um afogado.
ExcluirQue fofoooooo! *-*
ResponderExcluir@esteffanifontes, do blog Aos Dezesseis Anos
Facebook - aosdezesseisanos.blogspot.com.br
Gostei muito do post! rs Booooa tarde anjinho s2
eu fiz algo parecido com os meus alunos... só que 20 anos no futuro. o engraçado é que a maioria não sabia o que escrever, e só rabiscou besteira mesmo. mas, é bom pra traçar objetivos. eu queria ter feito uma para mim. mas não fiz. >.>
ResponderExcluir»»» Emilie Escreve • Twitter
É meio difícil traçar um futuro tão distante. A gente muda muito, ano passado eu era super fã de livros fantásticos e hoje não gosto de lê-los, por exemplo. Essa coisas são difíceis de prever e você se sente impotente afinal talvez essa seja uma escolha errada e você só venha perceber isso quando quebrar a cara. É por isso que os jovens ficam meio perturbados com isso de escolher profissão/faculdade, é pressão demais.
ExcluirQue lindo texto! Isso me lembra umas cartas que eu escrevi para mim ler nos meus aniversários, acho legal fazer isso e ler depois, a gente muda tanto e nem percebe.
ResponderExcluirEu não tive festa aos quinze, mas não me arrependo de não ter pedido meus pais. Primeiro porque eles não tinham condições e segundo que a festa não ia ter nem 10 pessoas (da minha idade). Tenho poucos (ou eu deveria dizer nenhum?) amigo. kkkkk sou uma pessoa muito fechada, e como você, mudo bastante. Às vezes deixo de gostar das pessoas que eu mais amava, de uma hora pra outra, sem nenhum motivo.
Lindo texto!
Nossa, meus pais que queriam fazer a festa, eles só não tinham se tocado que iriam gastar muito! E quase enlouquecemos com os preprativos, eles disseram que dá mais trabalho do que casamento.
ExcluirSobre os amigos, serão pouco mais de dez pessoas da minha faixa etária também hahaha Tenho uma amiga que é super popular e conhece praticamente a escola inteira, que vive me chamando de antissocial, mas sou o tipo de gente que escolhe muito bem com quem anda, o meu primeiro ponto de corte (sério!) é ver se a pessoa tem pelo menos uma leve noção do modo correto de se falar. Os outros convidados serão da igreja, família e tals... Mesmo assim, não me arrependo da festa, bem, ela vai ser sexta então vamos ver se será boa mesmo.
lindo demais, eu adoro os seus textos, já fazia tempo que não vinha aqui
ResponderExcluiramei esse texto, lembra daquela garota de dez... muito fofo e traz muito para se refletir #
bjos
rockmoreworld.blogspot.com.br